Um dos principais pilares que fundamenta o desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento econômico. Há grande questão que se apresenta e não é de hoje, e que parece ser imprescindível para que há desenvolvimento sustentável com desenvolvimento econômico, é de como haver um governo de economia internacional para reger as empresas multinacionais? Ou como ter uma economia multinacional sem desequilíbrios? Nesse cenário, surgem algumas sugestões como o de aconselhar aos países que retomem suas soberanias com a criação de marcos regulatórios para a entra das empresas multinacionais nos seus territórios; a de haver um órgão que regulasse a prática comercial e estabelecesse metas para cada país, ou ainda unificar as economias para que as empresas multinacionais pudesse ter um processo intensificado e fiscalizada por todos os países de forma que além de tudo houvesse barreiras para qualquer uma delas que sinalizasse com qualquer dano ao meio ambiente. A grande verdade é que se o Fundo Monetário Internacional, o Bando Mundial, a Organização das Nações Unidas e a Organização Mundial do Comércio se dessem conta que a economia tem que estar voltada para a igualdade social e que o que cada país necessita é de um tratamento para atingir os mesmos objetivos. Sabendo que o maior inimigo da igualdade é a uniformidade. Porque podemos até ser uniformes nos objetivos, mas não nos instrumentos. Há, todavia, aqueles que creem que com a mesma lei se conseguirá os mesmos objetivos em diferentes lugares.
Os cientistas e estudiosos devem se debruçar sobre cada caso e não simplesmente copiar de um para outro. Adam Smith defendia a ideia de que a economia deve ser livre de mercado e que deve produzir igualdade, justiça e a riqueza para todos. E se comprova facilmente que na economia livre de mercado, se há demanda, vai haver oferta, embora que quando sobem os preços dos produtos, há baixa na demanda. Hodiernamente assistimos a desigualdade estrutural, com a fome e a pobreza ainda grassando em grande parte no mundo. Alguns países já estão controlando e gerenciando a forma de produção e de consumo. Porém há quem diga que se controlando a produção e se conseguindo produzir muito, o problema estaria resolvido. Na verdade, há um ledo engano nisso, pois os recursos ambientais são limitados. As economias nunca vão colocar a culpa nos cidadãos sobre o que acontece. Não haverá quem diga não consuma esse ou aquele produto. Resta, portanto, a constatação de que a única forma de buscar um desenvolvimento econômico equilibrado é aquele em que o consumo se adapte a capacidade do planeta Terra, já que o problema nunca foi na produção, mas sim no consumo.
Anísio Marinho Neto é professor e procurador de Justiça