A prorrogação da disputa eleitoral para a Prefeitura do Natal foi iniciada. Apenas dois seguem na disputa. Paulinho Freire, do União Brasil, e Natália Bonavides, do Partido dos Trabalhadores (PT), avançaram com o candidato de direita em vantagem por pouco mais de 60 mil votos sobre a jovem petista. Um erro nesses 16 dias pode definir quem vai para o Palácio Felipe Camarão e quem voltar para Brasília. Tempo de rádio e TV agora são iguais. Mas o primeiro passo, de fato, é encontrar formas de trazer a maior parte dos 148.824 votos que foram para os candidatos Carlos Eduardo Alves (93.013), Rafael Motta (12.532), Nando Poeta (651) e Hero (461), além dos 14.705 votos em branco e 27.462 votos nulos. Sem falar daqueles 145.176 mil eleitores que sequer foram às urnas.
Natália tem a missão de remar de maneira mais intensa. A rejeição superior a do rival em parte da opinião pública merece atenção. Conta ao seu favor a militância política e partidária que costuma ir às ruas. Multiplica, vira votos, mas principalmente, vai às urnas. Seja pelo partido, pela convicção ideológica ou compromisso democrático, o voto cai. Não se abstém. No aspecto do corpo-a-corpo, a leitura é de que a jovem desempenhe melhor do que Paulinho em movimentações nas ruas em razão do carisma e sorriso fácil.
Há, inclusive, quem associe à disputa entre Wilma de Faria e Henrique Alves, que resultou na primeira vitória da “guerreira” para a Prefeitura do Natal. Não obstante, a candidata ainda pode contar com o reforço do presidente Lula em sua campanha. O atual presidente venceu o ex-presidente Bolsonaro, em Natal, por 246.881 votos (52,96%) contra 219.306 (47,04%)
Já Paulinho Freire joga com o “regulamento debaixo do braço” e precisaria fazer o básico que é manter a distância que possui em relação à adversária. Venceu nas cinco zonas eleitorais da cidade no primeiro turno. Na oportunidade, contou com uma legião de vereadores à disposição. Neste segundo momento, as pernas que fizeram Paulinho Freire caminhar a passos largos para a liderança precisam continuar em movimento. Uma eventual fadiga desse grupo pode ser um problema na manutenção da tranquilidade que, por enquanto, os números trazem. O candidato do União conta também com um leque de partidos e lideranças partidárias em seu palanque que fortalecem a candidatura no espectro político de direita.
Ainda que haja um cenário de leve vantagem numérica para quem larga na frente, é impossível afirmar que as eleições para a Prefeitura do Natal estão resolvidas. Há 294 mil votos em jogo – sem falar naqueles que, sim, podem ser virados. E, se há alguma coisa que fará a diferença para a vitória, é a capacidade de motivar o eleitor a reencontrar a urna. É de lá, que sairá o vencedor, mas para isso, os candidatos precisarão ganhar as ruas e os corações dos desiludidos – e quem sabe, dos apaixonados.
Bruno Araújo é jornalista, escritor e especialista em Comunicação Pública
