A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, classificou nesta sexta-feira 14 como “absurdo” o projeto de lei que equipara o aborto realizado após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples. Em uma postagem em seu perfil no X, Janja afirmou que a proposta “ataca a dignidade das mulheres e meninas”.
Segundo a primeira-dama, os defensores do projeto parecem ignorar as dificuldades enfrentadas pelas mulheres e meninas para exercer o direito ao aborto legal e seguro no Brasil. “É um absurdo e retrocede em nossos direitos. A cada oito minutos, uma mulher é estuprada no Brasil. O Congresso poderia e deveria trabalhar para garantir as condições e a agilidade no acesso ao aborto legal e seguro pelo SUS”, declarou.

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Janja também expressou preocupação com a tramitação do projeto sem a devida discussão nas comissões temáticas da Câmara dos Deputados. Ela criticou a possibilidade de uma mulher estuprada que aborta ser condenada a uma pena mais severa que a de seu agressor. “Não podemos revitimizar e criminalizar as mulheres e meninas amparadas pela lei”, afirmou.
O PL 1904/24 quer mudar o Código Penal brasileiro para equiparar o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio, quando a gestação for fruto de estupro, caso em que o aborto é permitido pela lei brasileira.
— Janja Lula Silva (@JanjaLula) June 14, 2024
Isso quer dizer que uma mulher estuprada pode ser…
Janja vai à Italia com Lula para reunião do G7
Atualmente na Itália, acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma reunião do G7, Janja aproveitou para se manifestar sobre o tema. Ao ser questionado por jornalistas durante a viagem, o presidente Lula disse que discutirá o assunto apenas após retornar ao Brasil.