Imagino que neste instante você já deve ter reservado seu título de eleitor para ir às urnas no domingo – e se não fez, sugiro providenciar. Todo voto conta. É sério. Para dar início ou fim a algo, é preciso participar ativamente do processo ou restará apenas o papel de observador em uma cidade que se transforma a cada escolha, inclusive quando decidimos sequer escolher.
Nesse contexto, uma das principais frases que tenho ouvido ao longo dos últimos meses é sobre como “João Pessoa ultrapassou Natal em tudo.” Mas essas pessoas já pararam, ainda que por um instante, para se perguntar o motivo disso? Tenho uma teoria que pretendo compartilhar com vocês.

A Prefeitura do Natal, após a gestão de Wilma de Faria, a última com aprovação relevante no cargo – tanto que foi a primeira mulher alçada à governadora do estado –, se tornou um espólio para o vice sem um olhar para o futuro. Carlos Eduardo Alves herdou de Wilma e legou a Micarla de Sousa. A “Borboleta”, afastada pela Justiça já no final do mandato, deixou para seu vice Paulinho Freire o comando o qual renunciou um mês depois.
Ney Lopes Junior cumpriu tabela no último mês daquele conturbado mandato. Carlos Eduardo retornou à Prefeitura em 2013 e deixou em 2018 para disputar as eleições para o Governo do Estado. O vice, Álvaro Dias, assumiu a gestão, se reelegeu e segue no comando da cidade até o fim de 2024. Entre 2018 e 2022, contou com o apoio político e administrativo do próprio ex-prefeito Paulinho Freire, então presidente da Câmara Municipal de Vereadores. Paulinho, então, se elege para a Câmara Federal e, dois anos depois, se candidata mais uma vez, agora, à Prefeitura do Natal.
Dita por Einstein ou Rita Mae Brown, a frase que define insanidade como “continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes” é uma luva para entender o porquê Natal, para alguns, foi ultrapassada por João Pessoa.
Por aqui, mesmos nomes, mesmo olhar, mesmo jeito de governar. Prefeitura não é herança, mas esperança. É uma instituição que carrega sonhos, projetos, transforma a vida de milhões de natalenses. Por isso, conectar o voto com aquilo que renova esperança, oferece um novo horizonte, novas possibilidades é conectar com um futuro que promete uma outra cidade, voltada para pessoas.
Uma Natal em que não haja sorteio para creches, o transporte público seja seguro e confortável com valor justo, pessoas não sejam desabrigadas reiteradamente em função da chuva, a cultura da cidade não se resuma a duas datas no ano e as unidades básicas de saúde tenham o necessário para atender à população. No fim das contas, mais que que um texto, é um chamado à reflexão a você, eleitor, sobre a escolha entre a continuidade e a mudança.