Em entrevista à CBN, Lula disse que não entende por que tanto ódio ao fato de o governo ajudar os pobres com políticas sociais, se existe tanta ajuda aos ricos.
A Confederação da Agricultura, representante do agronegócio, importante segmento da economia, tem R$ 60 bilhões de renúncia fiscal do Governo, por ano. Outro benefício, além dos R$ 430 bilhões de reais que Lula destinou para apoiar a safra do ano que está terminando.

O mais grave é que, quando o povo gaúcho mais estava precisando de arroz barato, os arrozeiros aumentaram assustadoramente os preços do produto, alegando que não havia estoque. Foi preciso Lula dizer que ia importar arroz para que o produto aparecesse. O chororô contra a atitude correta do governo foi grande. Mas logo apareceu arroz, pois 80% da safra já tinha sido colhida.
Para o setor de combustíveis, Lula disse que existe uma carga de incentivos da ordem de R$ 32 bilhões e ninguém vê posto nenhum baixar preço de gasolina o diesel por causa disto.
Há poucos meses o Brasil foi invadido por um debate violento sobre a desoneração das folhas de pagamento de pessoal de 17 setores importantes da economia brasileira, mas ninguém viu um centavo de aumento de salários nos contracheques dos trabalhadores. São mais de R$ 700 bilhões de desonerações.
Aqui no RN os 2 pontos percentuais que caíram no ICMS deram um grande prejuízo aos cofres estaduais, mas não se viu um centavo de baixa de preços dos setores beneficiados.
O Bolsa Família este mês registrou 20,8 milhões de famílias atendidas em todos os 5.574 municípios brasileiros. O investimento federal é de R$ 14,23 bilhões. O Auxílio-Gás acrescenta R$ 592,1 milhões, chegando-se a menos de R$ 15 bilhões.
Por outro lado, o benefício gerado é imenso, ao ajudar a tirar milhões de brasileiros do Mapa da Fome, ao diminuir a mortalidade infantil e ao levar milhões de crianças à escola, por obrigar crianças de famílias beneficiadas a terem mais de 90% de presenças nas aulas durante o ano, além de fazer este montante circular nas bodegas e supermercados, gerando diversos tipos de benefícios gerais ao País.
Os ricos deste País, pagam, proporcionalmente, menos impostos que os pobres e muito menos que os ricos de qualquer país desenvolvido, mas detêm os empregos, dominam os cofres públicos e se locupletam de todas as formas da coisa pública. Mas estão sempre vendendo a imagem de salvadores da Pátria.
Isto me lembra o ex-prefeito Luizinho Cavalcanti, de Carnaubais, que me dizia: “Prefeitura dá dinheiro a padre, pastor, juiz, delegado e promotor, todos eles com excelentes condições de vida e ninguém reclama. Mas quando dá um tostão, um remédio, uma feira, um bujão de gás a um pobre, o mundo desaba na minha cabeça”.