O cooperativismo é a mais importante saída para o desenvolvimento e crescimento socioeconômico dos pequenos produtores de quaisquer ramos da economia. É o meio termo, onde se pode respeitar individualidades inerentes ao sistema de produção capitalista e perspectivas de melhoria de vida, de justiça social e de sucesso coletivo, próprias do socialismo.
Não por acaso o cooperativismo existe com sucesso nos EUA, símbolo máximo do poder do capital e em Cuba, onde desde o início da revolução, foi aplicado no setor de tabaco enquanto a cana-de-açúcar ficou toda estatal. O charuto tornou-se o maior símbolo de sucesso cubano e depois da queda do império soviético as cooperativas se espraiaram por sobre os canaviais trazendo um novo alento à economia cubana quando esta precisou iniciar um processo de desestatização, sem ter que desembocar na volta do capitalismo concentrador e excludente.

No Brasil, o cooperativismo é poderoso, com especialidade nas regiões Sul e Sudeste. Há empresas cooperativistas de grande porte que contemplam os mais diversos ramos da economia e atendem milhões de famílias, gerando milhões de empregos e pagando bilhões de impostos, contribuindo nos mais diversos campos para o desenvolvimento da economia brasileira.
No Nordeste, com especialidade no RN, o cooperativismo tem grande importância, mas está longe de ser a potência que poderia ser e que ainda será, quando novas gerações de trabalhadores do campo e da cidade, da agricultura, da indústria e dos diversos segmentos da prestação de serviços compreenderem que, como diz o poetinha Vinícius de Morais, “É impossível ser feliz sozinho”.
Já tivemos cooperativas poderosas no RN, mas com a mentalidade, digamos, coronelística que imperou e ainda impera na política e na economia nordestinas, há sempre alguém que se destaca na ‘competência administrativa’, mas que não tem noção ou, pior, não tem interesse, no equilíbrio que esta precisa ter com a ‘gestão democrática’ que a empresa, que é privada, mas de propriedade de muitos, precisa e que, se não for praticada acaba se transformando num núcleo de poder de poucos, com benefícios agigantados para dirigentes que se tornam praticamente donos, em detrimento dos interesses da imensa gama de associados que acabam se tornando massa de manobra e trampolim para o enriquecimento de meia dúzia.
O tempo áureo das cooperativas potiguares foi entre as décadas de 1970 e de 1990, mas as melhores e mais poderosas delas se tornaram cooperativas “de Fulano”, “de Beltrano” e de “Sicrano”…
Diante das novas políticas públicas voltadas para agricultura familiar, para o comércio justo e para a economia solidária, espera-se que o cooperativismo prevaleça e retorne aos princípios doutrinários criados pelos Pioneiros de Rochdale e volte a ser a grande ferramenta de crescimento dos pequenos, dando-lhes grandes oportunidades de sucesso e qualidade de vida.