Fernando Haddad atendeu a mais um convite da Câmara Federal e lá chegou com postura republicana para esclarecer dúvidas de parlamentares. À falta de conteúdo, bolsonaristas trogloditas, figurinhas carimbadas da política da lacração danaram-se a provocar com baixarias. Haddad, preparado, professor universitário e debatedor habilidoso nadou de braçada.
Kim Kataguiri, Felipe Barros, Bia Kicis e o mais esquisito de todos, Abílio Brunini tentaram “tapar a boca” do ministro com disparates que receberam respostas duras e inteligentes, à la Flávio Dino. Agressões toscas que não mereciam respostas apenas técnicas e diplomáticas.

Brunini, cujo nome rima com Mussolini e tem a cabeça, por fora e por dentro, parecida com a do Duce, apresentou junto a Felipe Barros, gráfico mostrando déficit fiscal no ano passado. Haddad admitiu que o gráfico era verdadeiro, até porque é do próprio ministério, mas mostrou que o déficit é fruto da herança maldita do governo que eles apoiaram.
Haddad já havia esclarecido aos empresários da indústria que o déficit herdado da dupla Jair/Guedes, era da ordem da ordem de 300 bilhões de reais. A lei orçamentária elaborada em 2022 para 2023 já projetava um déficit de 60 bilhões de reais. A rubrica do Bolsa Família para manter os 600 reais da véspera da eleição, para continuar, precisava de outros 60 bilhões. Para cobrir o calote bolsonarista dos precatórios, outros 90 bilhões e para devolver aos governadores 90 bilhões que desapareceram dos cofres estaduais com a gracinha do ICMS dos combustíveis no período pré-eleitoral, foram outros 90 bilhões, fechando a bagatela de 300 bilhões de reais de rombo bolsonarista.
No mais, foi um festival de besteiras assolou o plenário. Bia Kicis e Kataguiri reclamaram da taxação dos importados, forçando Haddad a responder que se trata de ICMS, de responsabilidade dos governos estaduais. Que fossem reclamar dos governadores, com destaque para os bolsonaristas Tarcísio, Zema, Leite, Castro, Jorginho Melo e Ibaneis.
Brunini foi massacrado por Haddad quando falou de Cultura. O ministro mostrou que ele odeia livros e que seu governo só não matou a Cultura brasileira porque o Congresso lhe impôs as leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc. Ironizou que ele gosta de “Monocultura”, ligando-o aos aspectos negativos do agro e concluiu ter que analisá-lo antropologicamente… Não o tachou de troglodita, mas todo mundo entendeu.
Por fim, tentou lacrar o ministro reduzindo a questão cultural ao show de Madona, usado para fakenews. A de que Janja teria deixado as agruras gaúchas para assisti-lo e que teria sido patrocinado pelo governo, quando foi pago por um banco e uma cervejaria e Janja estava com Lula, dando assistência aos gaúchos naquele dia.
Acabou de se ferrar quando chamou Haddad de negacionista, obrigando-o a lembrar que a terra é redonda… todo dia!