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Saúde
Pesquisadores da USP desenvolvem aparelho que detecta presença de coronavírus no ar
Previsão é a de que, se foram liberados, os aparelhos sejam montados em cinco hospitais da capital paulista nas zonas norte, oeste e centro nos próximos dias
G1
02/05/2020 | 17:55

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um aparelho que verifica a qualidade do ar e que consegue identificar a presença do coronavírus no ambiente. Pesquisas recentes realizadas por médicos de vários países mostram que o vírus pode ficar no ar por algumas horas, por isso, a tecnologia desenvolvida pela USP pode auxiliar no monitoramento de lugares onde há risco de contrair a doença.

“A gente já sabia que o sistema de monitoramento de qualidade do ar que nós temos ele é um bom indicativo de risco de contágio, porque se o ambiente está mal ventilado, a temperatura e umidade inadequada , ele é um ambiente mais propício de contágio se existirem pessoas contaminadas ali.”, disse um dos pesquisadores que desenvolveu o projeto, Arthur Aikawa.

O “amostrador”, como foi batizado o aparelho, capta o ar do ambiente, inclusive micropartículas invisíveis a olho nu. Elas ficam presas em um tubo, o qual é levado para o laboratório, onde é analisado. A partir das amostras é possível dizer se o coronavírus está presente nos ambientes.

O instrumento também possui um sensor que é capaz de ler e transmitir, em tempo real, como está a qualidade do ar e se tem muita concentração de gás carbônico, o que ajuda a verificar, por exemplo, aglomerações de pessoas. A tecnologia utilizada no aparelho foi baseada em outros instrumentos já usados no exterior, mas é 100% nacional, o que a torna mais barata que similares importados.

“Esse mesmo amostrador foi usado em 2018 pra identificação do vírus influenza em transporte público em Singapura.”, disse Aikawa.

O aparelho foi desenvolvido no Centro de Inovação e Tecnologia (Cietec) na USP, local onde empresas ficam “incubadas”, ou seja, protegidas enquanto crescem e conseguem financiamento para projetos.

Nos próximos dias, se for liberado, os pesquisadores pretendem montar os instrumentos em cinco hospitais da capital nas Zonas Norte, Oeste e no Centro.

Coronavírus no ar

Estudos recentes, publicados em revistas científicas importantes, mostraram que partículas lançadas pelo espirro e pela tosse podem podem ficar suspensas no ar por até três horas.

“Todos colocam que esses ambientes em que havia grande aglomeração de pessoas, eram ambientes que as pessoas ou estavam ali trocando equipamentos, materiais, ou que havia sim a circulação de um grande número de pacientes”, disse o infectologista Jean Gorenstein.

Um desses estudos, publicado há poucos dias na revista Nature, foi feito em dois hospitais de Wuhan, na China, onde a epidemia começou, e também em áreas públicas da cidade. A pesquisa mostrou uma presença maior de partículas do vírus – o chamado RNA – no ar do banheiro dos pacientes, de áreas em que a equipe médica tirava as roupas de proteção e, principalmente, depositados em superfícies da UTI. O estudo também detectou a presença do vírus no ar de lojas de departamento.

Gorenstein explica que esses estudos ainda estão sendo discutidos, mas, diz que eles reforçam a necessidade de algumas medidas de proteção.

“Primeiro, evitar a aglomeração das pessoas, manter o distanciamento entre elas, assim como o uso de uma máscara, mesmo que caseira sendo assim uma forma, um anteparo de distanciamento e de risco ao vírus”, Jean Gorenstein.

A infectologista Rosana Richtmann afirma que as pesquisas revelam a presença do RNA viral do vírus no ar, mas isso não permite concluir que essa partícula genética seja infectante. Entretanto, ela reforça que é importante tomar os cuidados devidos.

“Esses estudos são super importantes para a gente entender cada vez mais o vírus, mas o que eles estão detectando é o RNA viral. O que é isso? É uma partícula genética do vírus, saber se o vírus está infectante a gente ainda não sabe, mas, na dúvida, a gente sempre fala que tem muitos estudos mostrando que sim, o vírus pode ficar no ar, pelo menos uns trinta minutos até três horas, e isso só reforça o que a gente sempre fala, ventilação do ambiente, higiene na hora de tossir e espirrar exatamente com o objetivo de não disseminar partículas no nosso ambiente e não contaminar superfícies”, disse Richtmann

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