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Tecnologia e Inovação

Startup potiguar do segmento de marketing atrai R$ 2,3 milhões em investimentos

Criada em Natal, AutoForce surgiu após identificação de nicho pouco digitalizado; empresa deu primeiros passos após venda de um carro e um empréstimo pessoal do fundador
Douglas Lemos
21/10/2023 | 00:01

Da experiência com marketing e do fascínio de Tiago Fernandes, de 35 anos, pelo empreendedorismo surgiu uma startup potiguar com o objetivo de ajudar concessionárias e fabricantes de veículos – um mercado muito conservador – a vender mais veículos com estratégias que começam na internet. Trabalhando como head de marketing em uma agência de publicidade na capital potiguar, ele compreendeu rapidamente que o segmento de concessionárias era gigante, mas pouco digitalizado e carente do uso de tecnologias para venda de veículos.

Pensando nisso, a empresa surgiu como uma solução de software no modelo de assinatura, que oferece a possibilidade de lojas de veículos criarem lojas digitais e venderem a partir delas. A ideia prosperou dele – que é o CEO da AutoForce e conta com outros três sócios – prosperou e virou uma startup que atende mais de 1.300 concessionárias em todo o Brasil. A história que começou com a venda de um Ford Ka 2005 por R$ 8 mil e um empréstimo familiar de R$ 10 mil vingou a ponto de atrair R$ 2,3 milhões das investidoras BR Angels e GV Angels.

Tiago Fernandes, CEO da startup potiguar AutoForce, vendeu o próprio carro para criar empresa
Tiago Fernandes, CEO da startup potiguar AutoForce, vendeu o próprio carro para criar empresa

“Gosto muito de explicar uma pergunta como esta por meio da seguinte analogia: Se colocarmos um Stock Car na mão de um piloto inexperiente 3 coisas podem acontecer. Primeiro, o piloto (cliente da AutoForce) queima a largada. Segundo, o piloto destrói o carro na primeira curva. Terceiro, o piloto chega em último lugar. Em todos os cenários o piloto culpará o carro por tudo isso devido a sua falta de conhecimento, prática e técnica. Neste exemplo o carro é a nossa plataforma e a assessoria contínua em marketing digital e vendas, oferecida pelo nosso time de Sucesso do Cliente, é o coaching necessário para transformar este piloto inexperiente em um campeão das corridas das vendas on-line”, explicou Tiago.

Para Fernandes, se aventurar em um mercado tão tradicional e, até então, tão desligado do mundo digital foi um verdadeiro desafio.

“Um desafio divertido e empolgante para todos que estão participando desta transformação digital como agentes e como operadores. O mercado automotivo é um dos poucos segmentos ainda não disruptivos para ecommerce de veículos. A nossa missão como empresa é promover essa transformação com educação e tecnologia para as concessionárias e montadoras de veículos no Brasil”, disse.

Mesmo com a empresa ter todo o ciclo de desenvolvimento no Rio Grande do Norte, local mais afastado de grandes centros, o CEO da AutoForce garante que a corporação não teve nenhum desafio em particular.

“Temos acesso a capital, pessoas e tecnologias que qualquer outra startup de São Paulo ou do Vale do Silício possui. Aprendemos a operar um modelo de negócio com uma cultura que coloca os colaboradores em primeiro lugar e os clientes no centro de tudo”, observou.

Startup potiguar foi incubada

Presente no mundo do empreendedorismo e também no de startups, Tiago elogia o ecossistema potiguar. “As instituições de fomento e apoio ao empreendedorismo e inovação, como SEBRAE, IMD [Instituto Metrópole Digital – UFRN] , ITNC [Incubadora Tecnológica Natal Central – IFRN], estão fazendo um excelente trabalho. Eu mesmo tive muito apoio destes órgãos durante os primeiros anos como empreendedor na AutoForce”, revelou.

De acordo com Fernandes, sempre há o que se melhorar. No Rio Grande do Norte, na visão do diretor Executivo da startup potiguar, empreendedores e colaboradores precisam de habilidades técnicas e comportamentais para atuarem em grupo na construção de um negócio gerador valioso.

“Neste caso, acho que poderíamos, e deveríamos, melhorar a educação de base nas escolas. Falando e ensinando marketing digital, empreendedorismo, programação e finanças. Desta forma estaríamos construindo fundações sólidas para geração de empresas, empreendedores, profissionais mais bem preparados. A maioria das startups fracassam não por falta de dinheiro ou conhecimento, mas sim pela incapacidade de execução da estratégia e de alocação correta de recursos financeiros e humanos”, finalizou o potiguar.l