Oferecer uma solução que cure a dor de pessoas e empresas. Este é o objetivo de muitas empresas que surgiram nos últimos anos. Bem mais do que apenas o lucro, mas a possibilidade de fazer a diferença em um ecossistema empreendedor. Assim surgiu a Faceponto, uma startup potiguar fundada em 2018, em Natal, por um especialista em direito do trabalho e mestre em ciência, tecnologia e inovação e já recebeu investimentos que totalizam R$ 2 milhões e incluem fundos não reembolsáveis e também uma investidora-anjo.
A empresa oferece um Software como Serviço (SaaS – do inglês, Software as a Service) com soluções de gestão de pessoas de forma digital. A ferramenta serve para gerenciar a jornada de trabalho da equipe e pode monitorar colaboradores inclusive em trabalhos externos ou em home office. Entre as funções, possibilita a realização do ponto de trabalho mesmo que o funcionário esteja em um local que não seja a empresa.
Em caso de trabalho presencial, a ferramenta ainda inclui uma restrição geográfica, em que o administrador pode delimitar um perímetro em que o colaborador possa registrar o ponto. Caso seja feito fora desta região, pode ser caracterizado como fraude. Os pontos podem ser registrados pelo smartphone do próprio colaborador, por meio de um aplicativo. Segundo a empresa, o procedimento pode ser feito de 5 a 10 segundos, evitando filas, já que não há a necessidade de um aparelho de ponto específico.
A possibilidade de reconhecimento facial também permite que a ferramenta seja usada para tomadas de decisões com base em relatórios e gráficos que analisam o desempenho de cada colaborador. Após atuar por 14 anos como advogado, o fundador Cassio Leandro enxergou um nicho em meio à quantidade de processos em que o escritório em que trabalhava atendia. Segundo ele, mais de 50% das demandas trabalhistas eram relacionadas à jornada de trabalho.
Software de startup potiguar oferece dados sobre colaboradores
Cassio Leandro, diretor Executivo da empresa Faceponto, contou sobre o surgimento da empresa. “Com a identificação do problema existente e ao aprofundar nas estatísticas e processos de automatização, surgiu a possibilidade com a tecnologia disponível no mercado, seria possível com ajuda de inteligência artificial, automatizar do controle de ponto até a folha de pagamento, dando início ao Faceponto, que foi aperfeiçoado dentro do Mestrado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)”, contou.
Ele faz questão de enfatizar que a empresa não atua somente como uma espécie de ponto digital. “Atualmente não nos caracterizamos mais como uma empresa apenas de ponto, construímos um gestor de Recursos Humanos (RH). Atuamos desde a coleta de ponto com reconhecimento facial e georreferenciamento até a entrega da folha de pagamento. Hoje suportamos a área de folha de pagamento, RH, departamento pessoal e segurança do trabalho, o que nos rendeu premiações de relevância internacional em eventos da construção civil, bares e restaurantes, tecnologia, dentre outros”, explicou.
Vale ressaltar que a empresa surgiu como uma startup, ou seja, uma empresa que traz uma solução inovadora com custos de manutenção baixos e que consegue crescer rapidamente. “Ser uma startup potiguar e conseguir atingir todo o Brasil é como plantar na rocha, mas nossas startups são tão promissoras que elas conseguem avançar e atingir mercados gigantescos, temos empresas consolidadas em todo o mundo mas que ainda não são tão conhecidas aqui dentro do RN”, disse.
Para ele, o ecossistema de startups no estado é rico em soluções e vem se consolidando como um celeiro de boas soluções em meio ao cenário nacional. “Acredito que a vantagem competitiva é termos grandes instituições aptas a ajudar e abertas a criar novas oportunidades, acredito que algo a melhorar é suportar no amadurecimento do empresariado quanto à oportunidade de melhoria, e incorporação de sistemas que já são consolidados fora do Estado e que trariam uma enorme vantagem competitiva, mas é algo que não se consegue do dia para a noite”, finalizou.