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Artigo

Parque tecnológico Augusto Severo: A conexão do RN com suas riquezas

Confira o artigo de Vagner Araujo desta terça-feira 4
Vagner Araujo
04/02/2025 | 05:00

O Rio Grande do Norte foi beneficiado com investimentos que somaram R$ 1 bilhão do Banco Mundial em áreas estratégicas, e um deles foi a criação do Parque Científico e Tecnológico Augusto Severo (PAX | RN). Legado do programa ‘Governo Cidadão’, o PAX pode não apenas alavancar setores tradicionais como o turismo, a mineração e a carcinicultura, mas também explorar novas fronteiras econômicas como as energias renováveis e o hidrogênio verde – apostas globais no combate às mudanças climáticas. Temos diante de nós um marco que pode ajudar a transformar nosso estado de simples fornecedor de commodities em protagonista de seu próprio desenvolvimento.

O Rio Grande do Norte, rico em recursos naturais e oportunidades, tem enfrentado um problema estrutural: a incapacidade de reter os benefícios das suas riquezas em solo potiguar. Sem capital humano qualificado ou domínio tecnológico, tornamo-nos vulneráveis à exploração externa, funcionando apenas como “barriga de aluguel”. Empresas de fora chegam, extraem nossos recursos, e o que fica é um rastro de pobreza e oportunidades perdidas. Nesse contexto, o PAX surge como um divisor de águas. Ao fornecer infraestrutura e fomento para pesquisa, formação de profissionais e inovação tecnológica, o parque representa o elo essencial entre nossas vocações naturais e a população local.

Parque Científico e Tecnológico Augusto Severo (PAX-RN) - Foto: Anastácia Vaz
Parque Científico e Tecnológico Augusto Severo (PAX-RN) - Foto: Anastácia Vaz

No entanto, a implementação do parque não foi isenta de desafios. Em 2017, quando assumi a coordenação do programa, fui informado pelo Banco Mundial que o projeto corria risco de ser cancelado devido a indecisões sobre sua localização. Sem tempo hábil para construir do zero, propusemos uma solução: reutilizar a estrutura construída para a “escola do cérebro”, um projeto descontinuado do Instituto Internacional de Neurociências, em Macaíba. Em articulação com o Governo do Estado, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Banco Mundial, conseguimos viabilizar a adequação do espaço para abrigar o parque.

Hoje, o PAX funciona como uma associação de diversos parceiros, mas sua sustentabilidade depende do compromisso das instituições públicas. É fundamental que estado, prefeituras e governo federal assumam seu papel, garantindo os recursos necessários para operação do parque. Em troca, o PAX oferece suporte em áreas de grande relevância, como energias renováveis, mineração e outras relacionadas às vocações econômicas do estado.

Sob a liderança de nomes como Ângela Paiva, ex-reitora da UFRN, o parque tem mobilizado esforços para garantir seu funcionamento. É hora de reconhecermos o PAX como a ferramenta essencial para conectar o RN com suas riquezas, promovendo o desenvolvimento local e distribuindo benefícios de forma justa e sustentável.

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