As atividades humanas têm sido o principal impulsionador das mudanças climáticas no mundo, principalmente devido à queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás. As temperaturas globais estão no nível mais alto desde que os registros começaram. Os últimos dez anos estiveram todos entre os dez mais quentes, em uma série extraordinária de temperaturas recordes. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmou que 2024 foi o ano mais quente já registrado.
Para se ter uma ideia desse tema, a temperatura média global da superfície foi 1,55 °C (com uma margem de incerteza de ± 0,13 °C) acima da média de 1850-1900. Então 2024 foi o primeiro ano com uma temperatura média global superior ao limite de 1,5°C do Acordo de Paris, relativo à média pré-industrial de 1850-1900. “Ainda há tempo para evitar o pior da catástrofe climática. Mas as líderes políticas devem agir – agora”, frisou recentemente o secretário-geral da ONU, António Guterress.
Em seu primeiro dia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma série de decretos. Ele retirou o país do Acordo de Paris, pacto que limita a emissão de gases de efeito estufa para evitar o aquecimento global. Trump justificou o ato: “os EUA não vão sabotar sua própria indústria enquanto a China continua poluindo livremente”, declarou. Os EUA são o segundo maior país emissor de gases de efeito estufa do planeta, atrás apenas da China.
Não foi a primeira vez que Donald Trump, retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris. Em seu primeiro mandato (2017-2021), ele também assinou ato semelhante. Favorável à uma política de exploração do petróleo, o presidente americano assinou um decreto suspendendo a venda de arrendamentos eólicos offshore e interrompendo permissões a novos projetos do tipo nos EUA.
“As políticas energéticas do presidente Trump acabarão com o arrendamento de enormes parques eólicos que degradam nossas paisagens naturais e não atendem aos consumidores de energia americanos”, disse a Casa Branca em comunicado. Os atos podem ter consequências na meta climática global, e com efeito dominó para a saúde, para o meio ambiente e para a economia de todo planeta.
Rodrigo Rafael, jornalista, Diretor de Representação Institucional da Assembleia Legislativa e tem MBA em Environmental, Social & Governance (ESG) pelo IBMEC/São Paulo.