A Praia de Areia Preta estava imprópria para banho há quase dois anos e apresentou em julho, 92 vezes mais coliformes fecais que o nível aceito pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), segundo boletim de balneabilidade do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema).
O monitoramento do Programa Água Azul, nas últimas semanas, realizou quatro coletas em Areia Preta, que apresentaram índices de coliformes fecais inferiores a 1.000 NMP/100ml – o que precisa ocorrer por cinco semanas consecutivas para a praia voltar a ser considerada “própria para banho”. As contagens feitas nas últimas quatro semanas oscilaram entre 50 e 690 NMP/100ml.
Um estudo da Prefeitura de Natal já havia identificado mais de 80 ligações clandestinas de imóveis de
Mãe Luiza e Areia Preta que davam na areia do mar, formando uma “Língua Negra”, como passou a ser conhecida a mancha escura na praia. Um condomínio de luxo, na Avenida Sílvio Pedroza, além de um restaurante em Areia Preta e um motel em Mãe Luiza, foram notificados por despejo de água servida (de pias, de chuveiros) e ligações clandestinas que dão na rede de drenagem.
Morador da Praia de Areia Preta, o deputado Luiz Eduardo chegou a comentar na sessão da Assembleia Legislativa o melhoramento da qualidade da água. “Fizemos audiência pública dia 29 de abril para tratar de um problema que ocorria há décadas naquela praia, que é a “língua negra”. E recebemos do Idema a notícia de que através do programa Água Azul a praia estará própria para banho, o que foi uma ótima surpresa”, discursou.
Supervisor de monitoramento ambiental do Idema, Sérgio Macêdo fez observações de cautela: “Além dos níveis de coliformes termotolerantes permanecerem abaixo de 1.000, é preciso também verificar se há água de esgoto. Se mantiver assim e não tiver mais esgoto, vamos considerar a região própria para banho”, afirmou.
Rodrigo Rafael, jornalista, Diretor de Representação Institucional da Assembleia Legislativa e tem MBA em Environmental, Social & Governance (ESG) pelo IBMEC/São Paulo.