Faltam 17 dias para acabar 2024 que termina sendo o ano mais quente desde o período pré-industrial (1850-1900), quebrando paradigmas de 2023. Segundo o observatório europeu Copernicus, a média das temperaturas globais de janeiro a novembro foi a maior já registrada nesse período —0,72°C acima da média de 1991 a 2020 e 0,14°C a mais em comparação com a do mesmo intervalo de 2023.
E os terráqueos? Mais uma vez, não agem com a urgência devida e a diminuição que exige o aquecimento global, responsável pelos eventos climáticos extremos que acontecem no Brasil e em outros países. Considerando os últimos 17 meses, novembro de 2024 foi o 16º em que a temperatura média superou em 1,5ºC ou mais o nível pré-industrial, com 14,10°C — alta de 1,62ºC.

Previsão divulgada recentemente pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) garante que o La Niña, fenômeno natural que faz o resfriamento da superfície do oceano na região central e oriental do oceano Pacífico Equatorial, ainda pode se desenvolver entre este mês e fevereiro de 2025, mas a atuação do evento climático deve ser mais fraca e curta, incapaz de reverter ou compensar os efeitos do aquecimento global em curso.
As características do La Niña são opostas às do El Niño, que faz o aquecimento do Pacífico equatorial. 2024 começou com o El Niño e será o mais quente já registrado. Mesmo que um evento de La Niña surja, seu impacto de resfriamento de curto prazo será insuficiente para compensar o efeito de aquecimento dos gases de efeito estufa recordes na atmosfera.
O Brasil fecha 2024 com grandes secas, que produziram incêndios na Amazônia, no pantanal e em São Paulo, e precipitações que causaram enchentes trágicas no Rio Grande do Sul. Será que em 2025 continuaremos sem reduzir emissões de carbono e continuaremos quebrando recordes anteriores de anos mais quentes?