O mês de agosto de 2024 já começou com intensificação de incêndios no Pantanal (Centro-Oeste) e na Floresta Amazônia (Norte). Como vemos, o clima está longe da normalidade, parece não ter sanidade, com extremos de todo tipo. Parece que os humanos começam a entender os efeitos das mudanças climáticas. A origem de toda essa loucura está no aquecimento global. O calor é a raiz de todos esses casos. Os mares estão mais quentes do que nunca, principalmente o Oceano Atlântico. E eles influenciam todo o sistema climático.
A umidade do ar em várias cidades do Norte do Brasil tem chegado a níveis muito baixos essa semana. Os índices de qualidade do ar continuam perigosos, oscilando entre 430 e 450, pela medição da plataforma. A capital de Rodônia, Porto Velho, amanheceu encoberta por fumaça de queimadas pelo segundo dia consecutivo. Além dos problemas que pode causar à saúde, voos chegaram a ser cancelados. Imagens de satélite da NASA captaram uma dispersão de fumaça entre os estados de Roraima, Amazonas e Pará.
Segundo análise da NASA, “plumas triangulares” de fumaça saíram de áreas de desmatamento, muitas vezes próximas a estradas vicinais, criando um “padrão de espinha de peixe” de terras desmatadas quando vistas de cima. Esse padrão surge quando uma estrada principal é aberta em uma área de floresta e, a partir dela, são criadas estradas secundárias, criando uma série de áreas desmatadas que se assemelham a uma espinha de peixe.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais mostram que somente na primeira quizena de agosto foram identificados por satélites 14.388 focos de calor no Norte do Brasil. O número supera a metade da média histórica mensal de 26.218 focos de calor na Amazônia. O número de queimadas tem sido muito alto nos últimos dias. Somente nesta semana os satélites identificaram no bioma 788 focos de calor no domingo, 1199 na segunda-feira, 1368 na terça-feira e 1476 na quinta-feira.
Os especialistas apontam escassez de chuvas, altas temperaturas e baixo nível dos rios na estação seca em 2024, iniciada em julho, em padrão semelhante ao que se verificou na Amazônia ocidental, ano passado. No Sul, essa semana teve alerta de geadas, com maior intensidade na porção central e leste de Santa Catarina, o norte do Rio Grande do Sul (incluindo a serra gaúcha) e o centro-sul do Paraná, inclusive a capital, Curitiba.
Rodrigo Rafael, jornalista, Diretor de Representação Institucional da Assembleia Legislativa e tem MBA em Environmental, Social & Governance (ESG) pelo IBMEC/São Paulo.