Os dados sobre a educação no Rio Grande do Norte não são bons. Estamos sempre com índices que disputam a rabeira da fila entre os estados e as capitais. Os dados do Censo Escolar 2023, do Ministério da Educação (MEC), mostraram que o Rio Grande do Norte é o Estado do País com a pior taxa de distorção idade-série do ensino médio. O percentual de 39,1% dos estudantes da rede pública tem idade acima da esperada para o ano em que estão matriculados.
Apesar do Nordeste liderar a adesão ao ensino integral, o nosso RN ocupa o último lugar entre os nove estados nordestinos e a vigésima posição no Brasil. Em quatro anos, a rede estadual do RN registrou uma queda de 12,6% no número de alunos matriculados no ensino fundamental, segundo o Censo Escolar 2023 do MEC.
Segundo diagnóstico feito pela UFRN em 2022, 70% das crianças potiguares não leem convencionalmente e não desenvolveram raciocínio matemático elementar aos oito anos de idade. Diante de um dado como esse, como podemos ser uma sociedade desenvolvida, culta, progressista, capaz de interagir e sobreviver com decência no mundo atual? Que legado queremos deixar para as futuras gerações?
Estamos num ano eleitoral e seria de muito bom alvitre que todos os candidatos(as) a prefeitos(as) dos 167 municípios do Rio Grande do Norte colocassem o tema educação como a prioridade de todas as prioridades nas suas plataformas políticas, apresentando alternativas para tirar nossas cidades do atraso educacional. Já está provado que nenhum lugar do mundo se desenvolveu sem uma excelente educação oferecida aos seu povo.
O ensino de tempo integral é um caminho a ser construído pelos próximos(as) prefeitos(as) eleitos(as) nos 167 municípios do estado. A educação fundamental e média são responsabilidade do estado e dos municípios e já passou da hora das prefeituras e do governo do estado assumirem com coragem e ousadia o desafio de transformar o Rio Grande do Norte, com todas as suas 167 cidades, oferecendo ensino de qualidade ao seu povo.
A eleição é um momento em que a sociedade, os partidos políticos e suas lideranças deveriam aproveitar para encontrar soluções para os graves problemas que enfrentamos. Não há desenvolvimento sem uma sociedade educada, com conhecimentos atualizados e pensamento crítico, preparada para enfrentar o atual mundo em que vivemos, assim como para construir um futuro seguro e promissor para as novas gerações. Mundo esse que se transforma a cada minuto, com os avanços da tecnologia e da ciência. É preciso preparar cidades sustentáveis com educação cidadã, e esta é uma pauta essencial para os programas de campanha, planos, projetos e ações dos futuros governantes municipais.
Não adianta falar só em obras viárias de infraestrutura, vias expressas, transporte público, construção de escolas, postos de saúde, parques, praças e desenvolvimento econômico, se não for construída uma sociedade que denomine o conhecimento, o que se faz com educação de qualidade. Sem educação de qualidade continuamos atrasados, pobres e sem perspectiva de um futuro alvissareiro. É preciso exigir dos partidos políticos e dos seus candidatos a prefeitos(as) e vereadores(as) que pensem menos em seus mandatos e mais na educação das novas gerações.