O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou nesta quarta-feira 19 que o governo mantém a decisão de fazer um leilão para compra de arroz. “Vai ter leilão. É um compromisso do presidente Lula que a Conab cumpra o seu papel de ter estoques mínimos para poder atuar, combater especulação”, afirmou o ministro .
O leilão de importação de 263 mil toneladas de arroz foi anulado pelo governo federal na semana passada após a identificação de indícios de incapacidade técnica e financeira entre algumas das empresas vencedoras.
O arroz importado seria vendido em pacotes de 5 quilos a um preço tabelado de R$ 20, com rótulo do governo.
A decisão de importar arroz foi tomada poucos dias após o início das enchentes no Rio Grande do Sul, visando evitar a alta nos preços do alimento devido à dificuldade de transporte do grão para o restante do país.
No entanto, a medida contrariou os produtores locais, que afirmam haver arroz suficiente para abastecer o Brasil. O Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional do grão, já havia colhido 80% do cereal antes das inundações.
Segundo Fávaro, um “ataque especulativo” inflou os preços do produto após o desastre no RS.
“Por que o arroz subiu 30%, 40%? Por que, ao tentarmos comprar naquele momento de dificuldade logística do RS, tentarmos comprar 100 mil toneladas do Mercosul, sem ainda tirar a taxa de importação? Em quatro dias, o valor disponível para comprar 100 mil toneladas se dava suficiente para comprar só 70 mil. Se isso não é ataque especulativo, o que é, então?”, questionou.