Com a abertura das novas lojas na avenida Rio Branco, uma das principais do bairro da Cidade Alta, em Natal, os bares e restaurantes locais já vivenciam um aumento de circulação de clientes. Para ver de perto o dia a dia dos estabelecimentos alimentícios, a equipe do AGORA RN visitou os restaurantes do bairro localizado no Centro Histórico da capital potiguar.
Samaia Souza, proprietária de um restaurante que está na Cidade Alta há mais de 60 anos, conta que o movimento ampliado de pessoas nas ruas do bairro já trouxe expectativas positivas, além do aumento do fluxo de clientes no estabelecimento. “Traz um novo público. Os funcionários das novas lojas, os clientes das lojas [frequentam o restaurante]. É um público que já vem para o Centro da Cidade e cada loja que fecha é um público que se perde, a loja que chega é um que se ganha”, disse.
“Isso é bom porque reacende um pouco a chama para a gente, como esse nosso estabelecimento já tem mais de 60 anos aqui nesse mesmo espaço, então cada loja que chega no Centro já é uma alegria pra gente, porque é um público que chega, são funcionários que chegam”, completou.
Na administração do restaurante há mais de 20 anos, Samaia viu o fluxo de pessoas cair na Cidade Alta, mas hoje a realidade já começa a ser outra com o movimento aumentando. “Quem estava vendo antigamente o deserto do Centro da Cidade comentava ‘o Centro da Cidade está virando uma nova Ribeira’, então para quem está aqui já há mais de 20 anos, isso é de partir o coração. Isso acaba até afugentando, talvez um cliente que queria vir ao Centro. Então quando se tem uma matéria diferente, que vai abrir um shopping na Cidade, para a gente já tem muita alegria”, falou.
Altas expectativas para novo shopping na Cidade Alta
Ela também guarda expectativas para a abertura de um shopping na avenida Rio Branco, informação divulgada pelo AGORA RN na última sexta-feira 21, em entrevista com o presidente da Associação Viva o Centro (Avicen), Rodrigo Vasconcelos, que informou que a Cidade Alta deverá ganhar um shopping até o fim deste ano. A estrutura contará com climatização, praça de alimentação e uma variedade de lojas funcionando no antigo prédio das Lojas Americanas, na avenida Rio Branco.
“As expectativas vão ser as melhores possíveis, porque você está vendo já a repercussão. Vai abrir um shopping no Centro da Cidade, então isso já atrai um novo público, já atrai talvez novas empresas que queriam antes investir aqui no Centro da Cidade e já deram aquela recuada. Já abre os olhos para um novo empresário vir aqui e colocar a sua empresa aqui no Centro da Cidade e talvez dar uma reviravolta aí e reacender a Cidade que é tão importante, uma parte histórica”, relatou Samaia Souza.
Já para Nil Gladson, o aumento no restaurante que administra teve um crescimento mais tímido, mas ainda registrou ser acima da média. “O pessoal vem almoçar, tem que almoçar principalmente o pessoal das lojas, mas pela manhã o movimento não dá tanto”, explicou.
No entanto, ele tem esperanças que o novo shopping da Cidade Alta aumente ainda mais o fluxo de clientes no restaurante. “Tomara que abra o shopping até o final do ano. Com certeza o shopping vai aumentar sim a movimentação, vai trazer mais gente. Dá pra ver que as lojas que abriram aqui já trouxe gente, já deu um movimento maior aqui”, completou.
Mas Nil Gladson diz que a segurança ainda precisa de melhorias para garantir que a movimentação de pessoas no bairro não chegue a decair novamente. Ele argumenta que à noite é o horário de maior perigo e afirma que enquanto durante o dia existe o policiamento constante, “agora de noite abandonam”, segundo ele.
A comerciante Maria da Conceição, que tem um estabelecimento próximo ao antigo prédio das Lojas Americanas, afirmou que a alta de movimento na Cidade Alta ainda não chegou deste lado, mas cultiva esperanças com a abertura do novo shopping no local. “Tem dia que é assim [deserto], não aparece ninguém na parada”.
“A gente tem que pensar positivo. Tenho 37 anos que trabalho aqui e essa é a primeira vez que vejo isso acontecer aqui na Cidade, o movimento que mais tinha era aqui, desde a pandemia foi fechando lojas. Eu ainda tenho esperança dela voltar ao que era, pode ser difícil porque os aluguéis são muito altos”, concluiu.