20/05/2023 | 13:55
O Porto do município de Areia Branca pode ser uma das alternativas para a produção de energia eólica offshore no Rio Grande do Norte. De acordo com Roberto Serquiz, atual diretor e sucessor de Amaro Sales na presidência da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), o local pode se tornar a opção mais provável diante das dificuldades em relação aos Portos de Natal e Caiçara do Norte. A proposição foi debatida durante a viagem da entidade ao Reino Unido no início do mês de maio.
Serquiz afirma que as conversas com investidores estrangeiros foram proveitosas para a ampliação das perspectivas energéticas do estado e citou Areia Branca como possibilidade real diante da facilidade na implementação da proposta. Segundo o diretor, o Rio Grande do Norte passa por um “aquecimento do setor” e pode avançar ainda mais caso tenha segurança jurídica e um porto com as adequações necessárias.
“Conversando com investidores, visualizamos que podemos avançar a partir do Porto de Areia Branca. Não é um problema para que a gente possa chegar no offshore e não atropela a ideia do estado. A do Porto Verde depende de uma PPP (Parceria Público-privada), que hoje ainda está tramitando na Assembleia [Legislativa do Rio Grande do Norte]. Levaria um tempo para se implantar. Já o de Areia Branca, seria este um Porto mais imediato, uma porta de entrada para o offshore, até seria um laboratório para que a gente possa avançar”, disse Serquiz, durante entrevista à rádio 91 FM.
Eleito presidente da Fiern no próximo mandato, Serquiz afirmou que o planejamento para Areia Branca não impediria a proposição do governo RN de realizar Porto Verde, em Caiçara do Norte. Em Natal, a situação é mais complicada diante das dificuldades naturais. “Nós temos um Porto [Natal], com uma série de dificuldades: a questão da retroárea, o calado, a manobra dos navios, a própria questão da ponte e das defensas marinhas. Então, temos dois projetos. Um que fica à margem esquerda do rio [um novo porto], e um projeto que o governo está defendendo, que é o Porto Verde, em Caiçara do Norte.
Essa dificuldade enfrentada pelo Porto de Natal, citada por Serquiz, foi noticiada recentemente no AGORA RN. O local conhecido pelo know-how na exportação de frutas virou cenário de completa desolação. Um vídeo recebido pela redação mostra o pátio completamente vazio: nem contêineres nem pessoas trabalhando. A saída da empresa francesa CMA-CGM, uma das maiores do mundo em termos de transporte naval, impacta diretamente na atividade do terminal portuário e também na economia do estado. As operações da empresa francesa foram encerradas no mês passado.
MISSÃO NA EUROPA
Uma comitiva formada por representantes dos principais setores da indústria e comércio do Rio Grande do Norte estiveram no Reino Unido de 28 de abril a 6 de maio. A missão internacional, que percorreu as cidades de Manchester, Newcastle, Hull e Londres, buscou estreitar as relações com investidores e trouxe mais conhecimento do setor energético offshore ao Estado. Durante a viagem, foi possível ver a operação de parques eólicos offshore, prospectar oportunidades de negócios para o estado e mostrar o potencial brasileiro, e o potiguar, na área, de olho em possíveis parcerias com empresas e instituições britânicas.
“Visitamos universidades, portos, participamos de conferências e tivemos a oportunidade de apresentar o potencial do Rio Grande do Norte. E o que nós trazemos de lá? Trazemos conhecimento e informação já que o RN está em um processo de aquecimento para o offshore. Então como eles [Reino Unido] já estão há 10 anos no offshore, inclusive irão inaugurar um novo parque. A intenção é errar menos”, disse Roberto Serquiz.