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Repercussão

Deputado Walter Alves cobra do Ministério de Minas e Energias explicações sobre a saída da Petrobras do RN

Pedido de esclarecimentos decorre do anúncio da Petrobras de venda de todas as participações em campos de produção terrestres e de águas rasas no RN
Redação
25/08/2020 | 13:38

O deputado federal Walter Alves (MDB/RN) pediu nesta terça-feira 25 explicações ao Ministério de Minas e Energias sobre o anúncio de venda de todos os ativos da Petrobras no estado do Rio Grande do Norte. A empresa revelou no início da semana que vai encerrar as operações de exploração petrolífera no Polo Potiguar.

Segundo o deputado Walter Alves, o anúncio do desinvestimento total das operações no Rio Grande do Norte, sem a apresentação de estudo de impacto econômico, como é exigência da Câmara dos Deputados, “é uma agressão inadmissível ao povo potiguar e não podemos aceitar tal medida como se fosse uma decisão sem maior importância”.

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Deputado federal Walter Alves (MDB/RN) - Foto: Zeca Ribeiro

“Uma decisão desse porte não pode ser uma medida de caráter meramente contábil. Há de ser justa e apresentar elementos que apontem para a prosperidade do povo potiguar”, detalhou o deputado potiguar, em documento endereçado ao ministro de Minas Energias, Bento Albuquerque.

O parlamentar potiguar também encaminhou questionamentos ao Ministério de Minas de Energia e para a Petrobras. Ele quer saber se há evidência de prejuízo das atividades da Petrobras no Rio Grande do Norte, bem como se foram feitos estudos do impacto econômico nacional, regional e local sobre a decisão. Por fim, ele pede informações sobre quais medidas foram apresentadas para assegurar a estabilidade e a melhoria da economia do Rio Grande do Norte.

“Economia é vida e é isso que está em questão nessa decisão típica de gabinetes distanciados da realidade”, reforçou Walter Alves.

O pedido do deputado federal decorre do anúncio feito pela Petrobras na noite de segunda feira 24. A empresa divulgou uma lista de vendas de todas as participações em um conjunto de 26 concessões de campos de produção terrestres e de águas rasas, localizadas na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte.

Como justificativa, a empresa diz que vai investir em águas profundas onde, segundo informações da própria Petrobras, “tem demonstrado grande diferencial competitivo”.

Polo Potiguar produz 23 mil barris de petróleo por dia

O Polo Potiguar compreende três subpolos (Canto do Amaro, Alto do Rodrigues e Ubarana), totalizando 26 concessões de produção, 23 terrestres e três marítimas, além de incluir acesso à infraestrutura de processamento, refino, logística, armazenamento, transporte e escoamento de petróleo e gás natural.

A produção média do Polo Potiguar de janeiro a junho de 2020 foi de aproximadamente 23 mil barris de óleo por dia (bpd) e 124 mil metros cúbicos por dia de gás natural.

Sem a apresentação de estudo de impacto econômico, como exigem da Câmara dos Deputados em qualquer projeto, a saída da Petrobras do Rio Grande do Norte “é uma agressão inadmissível ao povo potiguar e não podemos aceitar tal medida como se fosse uma decisão sem maior importância”, justificou o deputado federal Walter Alves.

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Área de exploração de petróleo em Guamaré (RN) – Foto: José Aldenir / Agora RN

“Uma decisão desse porte não pode ser uma medida de caráter meramente contábil. Há de ser justa e apresentar elementos que apontem para a prosperidade do povo potiguar”, encerrou.

Em julho, em reportagem do Agora RN, a Petrobras informou que os desinvestimentos em águas rasas e campos terrestres nos possibilitam concentrar recursos em ativos de maior competitividade, sobretudo em águas profundas e ultraprofundas, principalmente no pré-sal, onde a companhia alcança melhor retorno financeiro.

“Isso contribui para o equilíbrio financeiro e o melhor desempenho da companhia. Também é preciso lembrar que ainda possuímos uma dívida alta. Sua redução é um passo importante para recuperar nossa capacidade de investir”, detalhou a empresa à época.

Ainda de acordo com a Petrobras, o desinvestimento é necessário para reduzir nosso endividamento e, consequentemente, aumentar nossa capacidade de investimento.