O coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (Sindipetro), Rafael Matos, lamentou nesta terça-feira 25 a decisão da Petrobras de se desfazer de seus ativos no Estado.
Como consequência do desinvestimento, o petroleiro prevê uma queda na arrecadação do Estado. Dados do sindicato apontam que a estatal tem participação na economia de 98 dos 167 municípios potiguares.

“Vamos ter um decréscimo de receitas, tributos e arrecadação de royalties. Uma estatal da dimensão da Petrobras é capaz de colocar a economia em movimento. Você tem a ampliação das atividades econômicas e empregos”, explicou.
De acordo com o sindicalista, a saída da estatal do RN implica em uma diminuição na qualidade do serviço e das compensações para os funcionários do setor.
“Quando a estatal oficializa sua saída do RN e o sistema privado assume as atividades, você não tem o mesmo nível de incremento financeiro, de ampliação de projetos e de empregos. Dentro deste contexto, observamos uma reforma trabalhista que foi efetuada e uma reforma previdenciária em trâmite. Um elemento se conecta ao outro, levando a uma terceirização com baixos salários e baixa qualidade nos contratos de serviços. É uma pena e um lamento. Uma consequência muito grande para uma atividade que já chegou a contribuir em 60% do PIB do RN”, contou.
Em relação aos funcionários da empresa, Rafael diz que a Petrobras já tem deslocado servidores para outros estados. Ele reclama, contudo, que essas transferências não contam com a assistência da empresa.
“Temos observado que a Petrobras tem deslocado os trabalhadores concursados para distante do seu estado de origem e também para ativos e refinarias que encontram-se em processo de negociação e venda para estatais estrangeiras. A Petrobras, a nível de Nordeste, sinaliza de forma permanente seu desinteresse pela região. Esses trabalhadores não têm um amparo na questão de um plano para serem destinados a uma região de pré-sal. É um processo de privatização”, concluiu.
Nota oficial
Em nota publicada em seu site nesta terça, o Sindipetro lembra que a companhia está atuando há 47 anos no RN. “O Sindipetro não aceita que a gestão bolsonarista da Petrobras simplesmente abandone o nosso estado à propria sorte, no momento em que mais estamos precisando”, afirma.“Tais ações (…) miram a privatização por completo da companhia e atendem a interesses estranhos à soberania nacional”, complementa.