Chateado, Styvenson Valentim desiste do PP
A decisão do líder do PP na Câmara, André Fufuca (MA), de abrir com força o partido para a entrada do deputado João Maia, em uma articulação conjunta com o ex-deputado Beto Rosado, atual presidente do diretório progressista do Estado, irritou o senador Styvenson Valentim, que conversava com o partido.
A intenção de Fufuca, além de fortalecer a sigla, é também aumentar a bancada na Casa, comandada pelo deputado Arthur Lira (AL). Mas teve repercussão. A decisão deixou o senador Ciro Nogueira (PI) sem argumentos para convencer o senador Styvenson Valentim, que ia trocar o Podemos pelo PP.
Ex-ministro da Casa Civil do Governo Bolsonaro, Ciro vinha tentando atrair Styvenson para a legenda. Ciro é adversário no Piauí do grupo do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, e do governador Rafael Fonteles, ambos do PT. Em 2026, Ciro Nogueira vai tentar renovar seu mandato e só tem espaços no seu Estado no palanque adversário dos petistas. Nesse cenário, Ciro disse que, “se dependesse dele”, Fufuca não assumiria nenhum ministério. Também afirmou que o deputado do Maranhão deve se afastar das decisões do PP caso se torne ministro no Governo Lula.
Styvenson não gostou de saber que João Maia ia levar o PP para o lado governista. Viu a reunião de João e Beto Rosado com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT). O senador, que em 2018 foi eleito pela onda bolsonarista, não quer vínculo com a esquerda. Então, ele retomou nas últimas horas conversas com a direção nacional do Podemos. Styvenson não vai mais assinar a ficha do PP. Nem aceitou o convite do União Brasil. Também viu que o governador Eduardo Leite não vai soltar o PSDB do presidente da Assembleia, deputado Ezequiel Ferreira. Então neste caso, Styvenson fica no Podemos mesmo.
Pode?
Lembram que o Podemos no Rio Grande do Norte anunciou uma nova composição em junho? Com a saída de Felipe Madruga da presidência da legenda, assumiu Gladyer Godeiro, chefe de gabinete do deputado federal General Girão (PL). Pois não é que a comissão já teve a vigência inativada? Sabe o motivo? A Coluna Opinião soube que, em Brasília, a direção nacional retomou as conversas com o senador Styvenson Valentim e ele deve ficar na legenda.
No Governo
A foto do deputado João Maia com o presidente do PP no RN, Beto Rosado, não foi tão bem recebida pelos petistas em Mossoró. Beto não topa apoiar a candidatura da deputada Isolda Dantas (PT) ao Palácio da Resistência. Talvez até o PP lance um nome a prefeito. Hoje, a ex-prefeita, ex-governadora e ex-senadora Rosalba Ciarlini não tem interesse e concorrer pela sexta vez a prefeitura de Mossoró.
DNA
A turma do prefeito Álvaro Dias (Republicanos) não esconde o incômodo com o fortalecimento na capital dos tucanos. Hoje, o partido vem crescendo com vereadores aliados inclusive ao deputado federal Paulinho Freire (União Brasil). Klaus Araújo e Hermes Câmara, líder do prefeito da Câmara, são os mais ligados a Paulinho no PSDB. O presidente da Casa, Ériko Jácome (MDB) já recebeu sinais de que Álvaro não gostou do fortalecimento do PSDB em Natal.
Vice?
Falar nisso, a turma que hoje aconselha o prefeito Álvaro Dias no Palácio Felipe Camarão não se animou com a ideia do coordenador político do PSDB, vereador Klaus Araújo, em lançar a chapa Paulinho Freire (prefeito) e Joanna Guerra (vice). A secretária municipal de Planejamento de Álvaro seria a mulher indicada para unir o centro e formar um arco de aliança para 2024.
Logo ali
Observando a cena da sucessão em Natal, o ex-deputado Rafael Motta fez um #TBT que vale nota de análise. Sim, Rafael toparia ser candidato a prefeito de Natal com o apoio do grupo de Álvaro Dias. Ele seria uma ameaça de votos para nomes como Natália Bonavides (PT) e Carlos Eduardo Alves (PSD), que hoje vem liderando as pesquisas. “O primeiro passo foi dado e novos caminhos vão se abrir nesta caminhada, sempre com o pensamento positivo e com a certeza de que vontade e trabalho não faltam! Um novo recomeço é logo ali”, escreveu, no post, Rafael Motta, 3º lugar para o Senado em 2022.
Menos um
Fontes da Câmara Municipal do Natal já garantem que o vereador Dickson Nasser Júnior, de saída do PDT, poderá não concorrer à reeleição em 2024. Dickson cumpre seu terceiro mandato. Nas últimas eleições, foi suplente e chegou a assumir a titularidade. Uma com a morte de Wilma de Faria em 2017. Já este ano, assumiu com a eleição de Paulinho Freire para a Câmara dos Deputados.
Tio Sam
Quando já acompanhava Jair Bolsonaro em suas férias nos Estados Unidos, Mauro Barbosa Cid enviou 367.374,56 reais para uma conta sua naquele país, mostra relatório do Coaf sobre as movimentações financeiras do auxiliar do ex-presidente. O ex-ajudante de ordens foi um dos alvos de operações de busca e apreensão da Polícia Federal ontem em Brasília, São Paulo e Niterói.
Cofre
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu ontem que o montante destinado ao Fundo Partidário será de 1,226 bilhão de reais em 2024 – ano em que haverá eleições municipais –, um pouco maior que o valor reservado para este ano (1,185 milhão de reais). Com relação ao Fundo Partidário do ano que vem, além de o valor ter aumentado significativamente, vai ter menos gente para dividir o bolo: apenas quatorze partidos ou federações estão habilitados a receber o dinheiro, já que muitas legendas não cumpriram as exigências mínimas de desempenho eleitoral fixadas em lei – para este ano ainda há 22 siglas habilitadas a participar da divisão.
Alvo
A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra oito auxiliares de Jair Bolsonaro em Brasília, São Paulo e Niterói, mas não vasculhou endereços do ex-presidente da República. O motivo é citado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, na decisão que ordenou a operação.