29/06/2020 | 03:03
A pandemia do novo coronavírus foi demais para o Brasil. Além de encontrar um governo federal que negou desde o início suas gravíssimas consequências para a vida dos brasileiros, a crise sanitária expôs as fraturas do esqueleto institucional do País.
Sem cérebro, não há corpo que dê conta. E a disfuncionalidade é tão pronunciada que nenhuma autoridade constituída parece reunir as condições para ditar uma orientação sequer sobre o que deve ou não fazer a população.
Assim, enquanto uma parte vai numa direção, a outra persegue o sentido contrário. Orientações são sobrepostas e algumas até se dão ao luxo de se desautorizar, instalando a confusão na cabeça das pessoas.
É o que acontece com o isolamento social.
Embora se saiba que cada região deva adotar sua estratégia em conformidade como a velocidade de contágios e da estrutura de sua saúde publica, as bizarrices se multiplicam.
Shoppings praticamente vizinhos adotam comportamentos diferentes – enquanto um abre, o outro permanece fechado, como se as regiões metropolitanas não estivessem por si interligadas.
Isso, quando não reabrem pela metade, como se essa estratégia ajudasse o comércio e não causasse as temidas aglomerações.
A falta de um Ministério da Saúde e de interlocução do Governo Federal com os estados está na base dessa tragédia.
Caminhando resolutamente no segundo lugar em número de contaminados e mortes no planeta, o Brasil vai se impondo pela ignorância e pela incapacidade de se unir como Nação.
Apertem os cintos, portanto.