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Coluna

Morro do Careca: fim de erosão e do risco de desmoronamento

Leia o artigo de Rodrigo Rafael desta sexta-feira 29
Rodrigo Rafael
29/01/2025 | 05:40

Nos últimos anos, uma enxurrada de informações chamava a atenção para a erosão acelerada do Morro do Careca, em Ponta Negra, onde a duna tinha dado espaço para uma falésia, o que aumentava a probabilidade de desmoronamentos e riscos de apagar o cartão postal da capital potiguar. Para quem não sabe, a duna que hospeda o morro é patrimônio da União, e pertence ao Centro de Lançamento de Foguetes Barreira do Inferno.

Em um relatório narrando a situação do Morro do Careca, o geógrafo José Petronilo da Silva Junior, da Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal (Semurb), explicou que a duna se formou em cima de uma falésia, em um processo que teria durado milhares de anos. Porém, ela também estaria se desfazendo por meio de um processo natural, potencializado pela ação humana de décadas atrás. “A vegetação cresceu na parte de trás do morro, na praia de Alagamar, e, com isso, parou se chegar sedimentos para realimentar a duna, na parte da frente. Isso somado ao avanço do mar, que retira areia da praia, cavando as barreiras que tinha embaixo”, explicou.

Em 2022, acelerou a única solução possível para barrar o avanço rápido da erosão sobre o Morro do Careca, que era a engorda da praia de Ponta Negra. E janeiro de 2025 marcou o alargamento na faixa de areia, para até 50 metros na maré cheia e 100 metros na maré seca, no trecho entre o Morro e o Hotel Sehrs, na Via Costeira.

Após concluir o transporte de aproximadamente 1,3 milhão de metros cúbicos de areia, retirada de uma jazida a 10 km da praia, no mar, a draga holandesa Elbe, embarcação responsável pelo transporte da areia usada na obra de engorda, se despediu de Natal com um giro 360 graus jorrando água, marcando o encerramento da obra, imagem que ficará marcada na história. A areia foi espalhada ao longo de 4,6 km de praia em um período de quatro meses. Agora, as máquinas deverão continuar o trabalho em terra nos próximos dias e a obra deve ser completamente finalizada até o dia 31 de janeiro.

Rodrigo Rafael, jornalista, Diretor de Representação Institucional da Assembleia Legislativa e tem MBA em Environmental, Social & Governance (ESG) pelo IBMEC/São Paulo.

Morro do Careca, na Praia de Ponta Negra, desmoronando. Foto: José Aldenir/Agora RN
Morro do Careca, na Praia de Ponta Negra, desmoronando. Foto: José Aldenir/Agora RN

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