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Protesto

Partidos entram com ação no STF contra marco temporal

Ministro Gilmar Mendes foi escolhido como relator da ação
Redação
04/01/2024 | 08:53

O PT, o PCdoB e o PV, que integram a federação Brasil da Esperança, entraram com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a validade da lei que estabelece o marco temporal das terras indígenas (14.701 de 2023), promulgada em 28 de dezembro de 2023 pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O processo foi recebido pela Corte em 29 de dezembro de 2023. Na terça-feira 2, o ministro do STF Gilmar Mendes foi escolhido como relator da ação, que ainda não tem data para ser julgada.

Indígenas protestam em Brasília contra tese do marco temporal, que estabelece restrições para novas demarcações - Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Indígenas protestam em Brasília contra tese do marco temporal, que estabelece restrições para novas demarcações - Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Os partidos argumentam que o STF “já concluiu que a adoção desse marco temporal para definir a ocupação tradicional da terra pelas comunidades indígenas não é compatível com a proteção constitucional aos direitos dos povos indígenas sobre seus territórios”.

Em 29 de dezembro, a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), a Rede Sustentabilidade e o Psol (Partido Solidariedade e Liberdade) também entraram com uma ação no STF para suspender a lei do marco temporal e solicitar que ela seja declarada inconstitucional até o julgamento definitivo sobre o tema na Corte.

Em contrapartida, outras siglas –como o PL (Partido Liberal), o PP (Partido Progressista) e o Republicanos– entraram com uma ação no STF para garantir a eficácia da lei.

Pela tese, os indígenas só têm direito às terras que estavam em sua posse em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Em 14 de dezembro, o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto de lei que validou o marco. Em setembro, antes da decisão dos congressistas, o Supremo decidiu contra o marco. A decisão da Corte foi considerada pela equipe jurídica do Palácio do Planalto para justificar o veto presidencial.