05/09/2020 | 05:12
Há quase 6 meses, a pandemia da Covid-19 se tornou uma realidade para os brasileiros e afetou a rotina da maioria da população. Com as medidas de isolamento social para tentar conter a disseminação do vírus, muitos começaram a trabalhar de casa e precisaram adotar novos hábitos no cotidiano.
Algumas práticas, no entanto, foram prejudiciais. Segundo a nutricionista potiguar Alessandra Viana, as mudanças bruscas que aconteceram no dia a dia causaram problemas tanto para a saúde física quanto para a mental. “Todos estavam acostumados a executar atividades e ter momentos de lazer. Quando isso foi paralisado, o estado psicológico das pessoas foi comprometido”, afirmou.
Especialista em comportamento alimentar, Alessandra observou que a fome emocional foi uma das principais queixas dos últimos tempos. “A comida passou a ter um valor maior, já que comer foi o único ato prazeroso que restou durante o distanciamento. Então algumas pessoas acabaram ganhando peso – mais do que gostariam”.
A conduta de comer compulsoriamente para “descontar” a ansiedade, a tristeza e o estresse gerou o descontrole da imunidade. “Houve também a queda da concentração, além da diminuição do rendimento. Em contrapartida, houve o aumento do uso das tecnologias e redes sociais, que em excesso interfere na manutenção de uma rotina saudável”
Ao Agora RN, a nutricionista revelou ainda que a alimentação afeta diretamente a qualidade do sono. Confira:
Agora RN– Quais os grandes danos causados para a alimentação durante a pandemia?
Alessandra Viana – Em casa, as pessoas precisaram lidar com emprego, família e atividades domésticas, além de preocupações financeiras. Esse acúmulo foi a razão do impacto mais forte para uma dieta equilibrada. Durante os fins de semana, por exemplo, percebemos que cresceu o consumo de carboidratos e bebidas alcoólicas para “preencher” a falta das horas de lazer.
Agora – O sono desregulado foi motivo de reclamações em consultórios e até mesmo nas redes sociais. O que ajudou a piorar a qualidade do descanso?
AV – Os pedidos de delivery durante a noite aumentaram e, em consequência, o sono foi prejudicado devido à falta de nutrientes em lanches de fast food. Se você não dorme bem, já acorda querendo consumir algo calórico. Isso acontece porque, quando o descanso não é reparador, o organismo busca alimentos ricos em energia, encontrada na gordura e no açúcar, para manter o corpo funcionando.
Agora – A falta de exercício físico também colaborou para o desequilíbrio da saúde geral?
AV – Fazer exercício físico não é só ir para a academia para praticar a musculação: é também o movimento. Antes da quarentena, nós estávamos em constante locomoção e, assim, o gasto energético era superior. O que conseguiu melhorar a situação foi o treino em casa, que evitou o sedentarismo e estimulou a sensação de bem-estar.
Saiba como planejar a retomada da alimentação saudável
Segundo Alessandra, a etapa de consciência acerca da saúde começou. “Não só pela estética. Com a retomada do trabalho e de outras atividades, as pessoas estão procurando recuperar uma alimentação vigorosa para evitar adoecer com facilidade. Mas sem dietas restritivas neste momento”. Ela enumerou algumas dicas para o retorno:
1. Planejar as compras do mercado
2. Incluir alimentos frescos e variados durante a semana
3. Organizar opções de congelamento para uma maior praticidade
4. Retornar à prática da atividade física mais intensa
5. Respeitar os horários de dormir e acordar
6. Beber muita água para manter a boa hidratação
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