O cooperativismo, em seus mais diferentes ramos de atividade, já representa no Rio Grande do Norte quase 10% do PIB, a soma de todas as riquezas do Estado.
Desde que Eduardo Gatto assumiu a superintendência do sistema Ocern – a Organização das Cooperativas do Rio Grande do Norte –, em 2018, não só essa participação do cooperativismo na economia potiguar avançou quatro pontos, como a base de cooperativas filiadas quase triplicou, saltando de 29 para 85.
Nesta sexta-feira 20, no encerramento da primeira edição da Feira do Cooperativismo do RN, que aconteceu no Mercado da Agricultura Familiar, em Lagoa Nova, contígua ao Ceasa, Eduardo disse que há um imenso espaço para o crescimento do cooperativismo no Estado em todos os sentidos.
Ele explica que dentre a Ocern opera rotineiramente com suas cooperativas em todas as regiões do Rio Grande do Norte. A maioria delas, é claro, está em Natal e Região Metropolitana, mas outras já despontam no Seridó, em Mato Grande, no Oeste e no Agreste potiguar.
A presença do cooperativismo aqui está em tudo: no agro, no consumo, no crédito, na infraestrutura e na saúde. Em todas essas áreas, as cadeias produtivas respondem por resultados significativos da economia como um todo.
“Veja o caso do agro – lembra Eduardo -, onde a maioria das cooperativas está na agricultura familiar, mas também na qual estão incluídos respeitados exportadores de frutas, um negócio de ponta no RN”.
“No que diz respeito à Saúde, basta citar a Unimed, hoje a quinta empresa do estado; a Uniodonto e a Coopern (enfermagem), uma das primeiras cooperativas a implantar o novo piso da categoria no País”, afirma.
A lista é longa, mas os exemplos que surgem da relevância do cooperativismo no RN são notáveis.
“No que se refere ao crédito, organizações como o Sicred e o Sicoob potiguar têm conquistas que falam por si, especialmente no acesso consignado ao crédito e no suporte financeiro a pessoas físicas e empresa, por meio de crédito a taxas competitivas”, afirma Eduardo Gatto.
Na educação, acrescenta, temos o case da Coopedu, cujo objetivo primeiro é promover o autoempreedimento na busca na melhor renda aos associados e, com isso, propiciar também melhores condições de trabalho e capacitação profissional de seus cooperados.
Hoje, a Coopedu já está presente em 40 municípios potiguares e em oito estados da Federação, terceirizando mão de obra para a Educação.
Para Eduardo Gatto, as incertezas da economia são sempre desafiadoras para o cooperativismo, mas de alguma maneira a atividade sempre se mostra eficiente para encarar esses desafios.
É o caso das cooperativas de crédito, por exemplo, que depois de vencerem o sistema bancário tradicional, hoje tem pela frente as Fintechs, bancos por aplicativo, que operam virtualmente sem estruturas físicas, valendo-se apenas da tecnologia.
Para se impor nesse ambiente, o cooperativismo de crédito tem caminhado em sentido oposto, expandido sua estrutura física para se aproximar ainda mais não de um cliente invisível, mas de um futuro cooperado.
Mesmo assim, ele reconhece que há um longo caminho a trilhar e um trabalho a ser feito na legislação brasileira com a finalidade de aperfeiçoar o chamado ato cooperativo – quando uma sociedade de pessoas, reunidas por um interesse em comum, se unem para alcançar objetivos que beneficiem o coletivo, sem fins lucrativos.
“Hoje, ainda não temos na legislação regulamentações que regulem referências tributárias que consolidem o ato cooperativo, mas isso é uma questão de trabalho e confiança”, ele conclui.