Nas margens de uma das principais avenidas de Natal, a Felizardo Moura – que atualmente passa por uma requalificação –, uma comunidade pede socorro. Quando chove, os moradores da rua Rio Potengi sofrem com a formação de uma lagoa de água suja, que desce de um bueiro localizado na avenida principal para o quintal de mais de 50 famílias.
Na tentativa de chamar a atenção das autoridades, uma faixa foi colocada no local informando sobre a situação, mas até o momento não houve iniciativa dos órgãos públicos em resolver a questão. A equipe do AGORA RN visitou o local em duas ocasiões para verificar a condição dos moradores.
Inundações afetam comunidade
Próximo à área afetada, um terreno utilizado para obras também pode estar em risco já que falta proteção nas proximidades de um barranco. Os vendedores autônomos Marcos e José demonstraram receio em relação ao caso.
“A situação ali embaixo é muito precária. São quase 10 metros de barreira. Essas caçambas de obra acumularam a terra da pista e foi empilhando, agora deu nisso. Precisa urgente de atenção”, disse Marcos.
Rua Rio Potengi
Um dos afetados pela lagoa de água suja é Francisco Chagas, de 56 anos, que teme ser arrastado pela correnteza que invade sua residência na rua Rio Potengi. Chagas afirmou que o problema é histórico, e que seu pai, na década de 1960, precisou criar um canal de escoamento para evitar que a situação prejudicasse a comunidade.
“Nos anos 60, meu pai criou esse canal para a água descer. Tubulação essa que se liga a rua, e vai até o Rio Potengi. Mas há um ano, deu uma enchente grande, que eu quase ia me chupando para debaixo do canal”, disse Francisco.
Como não recebeu apoio das autoridades, o canal construído, que passa pela propriedade de Francisco, teve que ser coberto com tábuas de madeira de forma improvisada. O morador relata que, para minimizar os danos causados pelas chuvas, precisou construir uma barreira física para conter a água que desce do morro. No entanto, ele teme que isso seja insuficiente.
“Isso aqui eu paguei para fazer na mão [barreira de contenção], mas [a água] já invadiu de novo. As águas vêm lá de cima da avenida e lá do bairro Nordeste. São bem mais do que 50 famílias afetadas aqui embaixo. São 200 pessoas prejudicadas quando chove”.
Além dos danos causados pela água que se acumula na lagoa, a comunidade reclama que as tubulações locais estão obstruídas. A principal via de acesso à comunidade também está em condições precárias.
Francisco disse que já entrou em contato com a Prefeitura do Natal que, segundo ele, prometeu resolver o problema há alguns anos, mas até o momento nada foi feito. “Uma vez veio um diretor aqui, dizendo que iria resolver, mas nunca aconteceu”, afirmou.
A reportagem procurou a gestão municipal, mas até o fechamento desta matéria, não obteve retorno sobre o caso.