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Ney Lopes

Como conheci Jean Paul Prates

Confira a coluna de Ney Lopes desta sexta 27
Ney Lopes
27/01/2023 | 00:14

Jean Paul Prates já é o novo presidente da Petrobras. A empresa informou que seu Conselho de Administração, em reunião realizada ontem, o elegeu para a presidência da estatal, com mandato até 13 de abril de 2023. Prates tomou posse em ambos os cargos.

RN

jean paul prates
Jean Paul Prates - Foto: Divulgação

Pelo seu vínculo com o RN é uma notícia alvissareira, além de premiar a inegável competência de um dos melhores técnicos em petróleo do país, com mestrados em Planejamento Energético e Gestão Ambiental (Universidade da Pensilvânia) e em Petróleo e Gás e em Economia de Petróleo e Motores pelo Instituto Francês do Petróleo.

Deputado

Por volta do ano 2001 conheci Jean Paulo Prates. A época era deputado federal e ele me procurou no gabinete e em Brasília. Justificou sua visita, afirmando que acompanhava as minhas frequentes posições em defesa de temas econômicos e sociais, que favorecessem o RN. Naquela época, lutava pela instalação de uma refinaria de petróleo no estado. Na ocasião, Jean confessou que era carioca, porém tinha a maior simpatia pelo RN. Exaltou o potencial de riquezas inexploradas do estado, sobretudo minérios. Disse que um dia moraria em Natal, o que aconteceu em 2005.

Alto nível

Conversamos e logo percebi que estava diante de um técnico de alto nível e coloquei-me ao dispor, no que fosse possível. Ele consultou-me sobre a possibilidade de contato na área empresarial do RN, pois tinha ideias e propostas a oferecer ao setor privado. Articulei-me, identifiquei a área do contato, mas infelizmente não houve interesse sequer de conversar com ele. Lamentei muito, mas nada pude fazer.

Cargos

Jean Paul não desistiu do RN, até aqui instalar a sua residência. A governadora Vilma Maia convidou-o para a Secretaria de Estado de Energia (2005). Fundou O CERNE – Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia – voltado para a discussão de estratégias públicas e privadas relativas ao aproveitamento sustentável dos recursos naturais e energéticos do Nordeste.

Parlatino

Há um fato singular, no qual Jean Paul teve participação direta. Em junho de 2005 estava na presidência do Parlamento Latino Americano (PARLATINO) e organizei uma missão do governo do RN para visitar a Venezuela e demonstrar ao Presidente Hugo Chávez, que o Rio Grande do Norte seria o melhor local para a PDVESA (empresa de petróleo venezuelana) instalar uma refinaria de petróleo no Nordeste.

Maduro

Viajei à Caracas em companhia do então vice-governador Antônio Jácome, do secretário de Planejamento, Vagner Araújo e do secretário de estado Jean Paul-Prates (atual secretário de Estado). Lá fomos muito bem recebidos. Um dos venezuelanos com quem falei para organizar a presença da nossa delegação em Caracas foi o atual presidente Nicolás Maduro, que à época era deputado e atuava muito no Parlatino.

Refinaria

Em que pese o esforço feito nada de positivo resultou para o RN. O RN foi excluído, mesmo sendo o maior produtor de petróleo em terra do país. O engodo foi suposta compensação ao nosso estado com a promessa de pequena ampliação de uma refinariazinha, que existia há anos, em Guamaré.

Planos

Hoje, Prates é a esperança do novo governo federal para a tumultuada questão dos preços dos combustíveis no Brasil. Ele já tem dado algumas sinalizações sobre como será a sua gestão na Petrobras. Tem expressado o desejo de transformar a Petrobras em uma empresa com forte presença em energia eólica offshore (no alto-mar), hidrogênio verde e biocombustíveis

Refinarias

Outra meta seria aumentar a capacidade de refino da estatal: ele apontou que elevar a capacidade é diferente de construir novas refinarias. Acha possível aumentar a capacidade de refino, usando as mesmas instalações das refinarias já existentes.

Mudanças

Cabe um “voto de confiança” na gestão de Jean Paul Prates, na Petrobras. Analistas de mercado têm mostrado ceticismo, em função das projeções de menores dividendos e maiores investimentos de capital da companhia. O mercado sempre age assim: quer resultados financeiros, em curto prazo e deixa de ponderar que o mundo mudou. As ações governamentais têm que ser movidas pelo interesse público e não apenas o lucro como garantia de uma sociedade verde, sustentável e equitativa. Vamos torcer para tudo dar certo.

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