BUSCAR
BUSCAR
Justiça

Bolsonaro ironiza envolvimento nos atos de 8 de Janeiro: “Só se foi por telepatia”

Ex-presidente afirmou que nem mesmo o delator Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, lhe relacionou aos atos de 8 de janeiro
Redação
27/03/2025 | 07:50

Durante uma fala nesta quarta-feira 26, logo após ser tornado réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe, Bolsonaro afirmou que nem mesmo o delator Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, lhe relacionou aos atos de 8 de janeiro. “Foi mostrado um vídeo hoje aqui no STF sobre o 8 de janeiro. Eu sou o culpado? Na delação de Mauro Cid… vamos partir do princípio que está tudo certo com a delação dele… ele diz que ficou sabendo do 8 de janeiro no dia 8 de janeiro”, afirmou.

O ex-presidente também alegou que, entre os acordos de não persecução penal firmados com manifestantes presos, não há menção direta a ele. “Nos 500 acordos de não persecução penal, em nenhum deles, que eu tomei conhecimento, alguém cita meu nome”, disse.

bolsonaro e advogados
Jair Bolsonaro e seus advogados. Foto: GUSTAVO MORENO / STF

Bolsonaro ainda defendeu sua decisão de deixar o Brasil antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Graças a Deus eu saí dia 30 de dezembro de 2022, porque eu não queria passar a faixa para um cara com um passado como o Lula tem. Não há crime nenhum em não passar a faixa. Não está escrito que é proibido. Fui para os Estados Unidos.”

O ex-mandatário também questionou a condução das investigações sobre os ataques e criticou Flávio Dino, ex-ministro da Justiça e hoje ministro do STF, por não ter divulgado as imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto. “Essa artimanha do 8 de janeiro… Eu falo artimanha porque o ministro Flávio Dino, quando era ministro da Justiça, negou os vídeos.”

Por fim, Bolsonaro ironizou uma das acusações contra ele, que envolveria destruição de patrimônio público. “Das cinco acusações contra mim, uma é destruição de patrimônio. Só se foi por telepatia”, declarou. Ele também rejeitou qualquer possibilidade de golpe, destacando que as Forças Armadas estavam sob comando do governo eleito. “Vai dar golpe com os comandantes do Lula? Se os meus tivessem sido mantidos, poderia até ter uma elucubração neste sentido. Os comandantes jamais embarcariam numa aventura.”

NOTÍCIAS RELACIONADAS