Dedico mais uma vez este espaço a uma análise sobre os números da última pesquisa Consult, divulgada nesta semana pela rádio 98 FM. Hoje trago uma leitura sobre a avaliação que o eleitorado de Natal faz dos três gestores do Poder Executivo: o prefeito Álvaro Dias (Republicanos), a governadora Fátima Bezerra (PT) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo a pesquisa, o prefeito Álvaro tem aprovação de 44% e desaprovação de 43,4%. Ou seja, um pequeno saldo positivo na avaliação. Já Fátima amarga uma desaprovação consistente. Hoje ela tem uma aprovação de 21,9% e uma desaprovação de 70,1%. É muito alta a desaprovação da governadora. Isso é estranho, especialmente porque ela foi reeleita em primeiro turno. Mas, como a gente costuma comentar, ela venceu a eleição por “W.O.”.

O presidente Lula, por sua vez, tem uma aprovação de 42,2% e uma desaprovação de 51,2%. Lula, que desde o início do governo vinha tendo um saldo positivo na aprovação, caiu agra e tem saldo negativo de nove pontos na relação aprovação/desaprovação. E olhe que a pesquisa foi feita antes do quiproquó do leilão do arroz, que vai chamuscar a imagem do governo.
Se o governo não der explicações convincentes, as suspeitas que pairam sobre o leilão não cairão bem para o governo, principalmente pelo histórico do PT, que teve figuras implicadas na Operação Lava Jato. Lula venceu a eleição e passou por cima disso. O povo entendeu que isso não era uma coisa complicada e o elegeu presidente. Mas o problema do arroz, no dia a dia do governo, pode chamuscar.
Voltando para Natal, o fato é que os três gestores terão candidatos nas eleições. As escolhas estão claríssimas. O prefeito Álvaro Dias, que tem esse pequeno saldo de aprovação, apoia o pré-candidato Paulinho Freire (União Brasil). Já a governadora Fátima Bezerra vai levar para o palanque da Natália Bonavides (PT) a sua desaprovação. É possível que a governadora chegue até a campanha com uma desaprovação menor e uma aprovação maior. Mas isso é o “possível”, não é o “provável”.
O presidente Lula tem mecanismos para reverter a desaprovação. Está à frente de um governo federal e pode, daqui até a campanha, conseguir ter maior empatia popular. Ele é um craque na comunicação e na arte política. Mas está tendo muita dificuldade porque está enfrentando um governo diferente, um Congresso diferente. Lula está cheio de percalços e, agora, os eleitores estão querendo receber aquilo que lhes foi prometido durante a campanha.
Os pré-candidatos terão de apresentar os seus apoios e vão com eles para os palanques e a mídia eletrônica. Ou podem tentar fazer um brinquedinho de esconde-esconde. Mas é preciso lembrar: na campanha não dá para esconder.
O levantamento Consult/98FM ouviu 1.000 eleitores entre os dias 29 de maio e 1º de junho. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais, para mais ou menos, com intervalo de confiança de 95%. O registro na Justiça Eleitoral é o RN-04182/2024.