A gente sempre pensa que, no Brasil, a política é quase o fim do mundo. Tem gente que não gosta mesmo da política, e por razões até óbvias. E há outros que são implicantes com a política brasileira. O implicante é aquele que não acha bom hoje, não acha bom amanhã. Não achou bom antes e nunca vai achar.
Mas a gente precisa fazer uma reflexão. A política no Brasil é de fato complexa, cheia de artimanhas, é como às vezes não gostaríamos que fosse. Mas não é só aqui. Na nação mais potente do mundo, econômica e militarmente, a política está dando um show de tudo aquilo que não deveria acontecer. Me refiro aos Estados Unidos.

Na última quinta-feira 27, aconteceu o primeiro debate da eleição presidencial de 2024. Foi no Estado da Georgia. Estavam lá o presidente Joe Biden, que é candidato à reeleição pelo Partido Democrata, e Donald Trump, ex- -presidente e que deseja voltar à Casa Branca, disputando pelo Partido Republicano. São duas candidaturas inegavelmente com inviabilidades.
Trump é considerado por muitos como uma pessoa um pouco desajustada emocionalmente, um bronco. É uma pessoa que governou e é candidato numa democracia, mas com poucos atributos democráticos. Foi, inclusive, estimulador da invasão ao Congresso americano de 6 de janeiro de 2021, logo após perder a eleição para Biden.
Trump não é aquilo que o mundo gostaria de ver pilotando a maior economia do planeta. Mas ele é querido por milhões de americanos que gostam da direita, da extrema-direita e do Partido Republicano e que irão com ele até o fim. Trump é um risco para o mundo e para os Estados Unidos. E ainda há outro detalhe: ele foi condenado e tem vários processos pela frente.
Do outro lado, está Biden. Não está no auge de popularidade e apresenta um problema difícil de ser abordado. Ele parece não estar com a saúde 100%. Ele apresenta uns esquecimentos às vezes, uns lapsos e uns congelamentos que ninguém entende bem o que é.
Ontem, ele se defendeu das situações desagradáveis do debate. Em um discurso na Carolina do Norte, reconheceu que é velho, que “não anda com tanta facilidade como antes” e que “não fala com tanta fluidez como antes”. Mas que fala a verdade. Falar a verdade é uma obrigação.
Mas não pode ser o único pré-requisito para quem quer governar uma nação, especialmente aquela que é a maior do mundo.