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Coluna

Curioso caso de Parnamirim

Confira a coluna de Bruno Araújo desta sexta-feira 5
Bruno Araújo
05/04/2024 | 07:31

Episódios distintos são promotores da construção sociocultural e política que resulta nas bases de uma sociedade. Parnamirim é um exemplo disso, o que será visto mais uma vez na urna em outubro na cidade. Em parte por sua ocupação militar em razão da Segunda Guerra Mundial, e posteriormente pela forte presença de igrejas protestantes, Parnamirim se tornou um berço conservador no Rio Grande do Norte.

A prova disso é a história. Ao longo das eleições realizadas desde a promulgação da Constituição de 1988, apenas dois prefeitos de partidos de esquerda foram eleitos até então. E mesmo assim, o primeiro precisou ser testado antes de assegurar seu lugar de ineditismo. Agnelo Alves, um dos prefeitos mais aprovados na história recente do município, foi eleito inicialmente pelo então PMDB (hoje MDB) em 2000 e reeleito quatro anos depois pelo PDT. O sucessor Maurício Marques também assumiu a gestão municipal pela legenda pedetista, mas não conseguiu se reeleger.

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Curioso caso de Parnamirim - Foto: José Aldenir/Agora RN

No ano final de seu segundo mandato na Prefeitura, Rosano Taveira aposta em Salatiel de Souza, do PL de Bolsonaro, para manter seu grupo político no comando. Nas pesquisas de intenção de voto, Nilda, do Solidariedade, lidera. Até então, os levantamentos não apontam citação a qualquer nome de esquerda ou progressista. Nem mesmo o Partido dos Trabalhadores (PT), legenda da governadora Fátima Bezerra, conseguiu viabilizar um pré-candidato.

O curioso caso em Parnamirim é a imensa dificuldade que partidos de esquerda ou mesmo a mera inclinação para tal chegar a inviabilizar apoios públicos, parcerias ou mesmo candidaturas viáveis. Falta um discurso de aderência, um político de esquerda com um projeto convincente ou Parnamirim é terra de conservador? O questionamento se dá em função de, nos últimos 30 anos ao menos, a cidade ter visto seu maior “boom” de desenvolvimento justamente na gestão de um político próximo da esquerda e mesmo assim, não passa de uma exceção.

Uma evidência de que a polarização passa longe, o que poderia ser positivo, pois sem polos, os discursos extremados não estariam presentes. Por outro lado, a ausência de contraditório pode fazer com que pautas ligadas a direitos básicos, como moradia, assistência social, geração de emprego e renda geralmente levantadas pela esquerda fiquem pelo caminho.

O debate proposto passa longe de defender uma candidatura de esquerda em si. O questionamento é se a política que tem conduzido os destinos e o futuro do estratégico “Trampolim da Vitória” contra os nazistas, da forma que tem sido feita, é capaz de lançar a cidade e seu povo na direção do desenvolvimento nas suas esferas mais diversas, sem que uma verdadeira diversidade esteja presente para impulsionar o salto.

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