A Nasa, agência espacial americana, divulgou uma imagem inédita de Saturno. A foto foi capturada pelo Telescópio Espacial James Webb e mostra o planeta extremamente escuro, cercado por anéis de gelo brilhantes.
O contraste provém da forma como a imagem foi obtida. O planeta foi registrado pela NIRCam, câmera de infravermelho próximo do James Webb. Nessa faixa de onda, Saturno aparece escuro porque o gás metano absorve quase toda a luz solar que incide na atmosfera. Já os anéis, formados por bilhões de fragmentos de gelo e rochas, não sofrem essa interferência.
A foto integra um programa que utiliza o James Webb para tentar detectar novas luas ao redor do planeta. Segundo a Nasa, a descoberta de satélites poderia ajudar os cientistas a obter uma visão mais completa do atual sistema de Saturno, bem como de seu passado.
A nova imagem mostra três luas do planeta: Dione (à esq., acima), Encélado (no meio) e Tétis (abaixo). Recentemente, pesquisadores usaram o Webb para explorar Encélado e encontraram uma grande pluma de vapor de água e partículas jorrando do polo sul da lua e alimentando o anel E de Saturno.
Os cientistas esperam que novos registros do telescópio ajudem a investigar a fundo alguns dos anéis mais mais fracos do planeta, incluindo o anel G fino e o anel E difuso.
A imagem capturada pelo telescópio também mostra detalhes da atmosfera de Saturno. Segundo a Nasa, as diferenças de aparência entre os polos norte e sul na foto são típicas das mudanças sazonais. O planeta está experimentando o verão no hemisfério norte, com o hemisfério sul emergindo da escuridão no final do inverno.
“No entanto, o polo norte está particularmente escuro, talvez devido a um processo sazonal desconhecido”, diz a agência. O James Webb poderá ajudar a confirmar o fenômeno.
Imagens de telescópio revelam detalhes inéditos do planeta Júpiter
Imagens capturadas pelo telescópio James Webb e divulgadas pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) nesta segunda-feira 21 revelam detalhes do planeta Júpiter como nunca vistos antes: com tempestades e auroras.
“Não esperávamos que fosse tão bom [o resultado], para ser honesto”, disse o astrônomo que lidera as observações do planeta, Imke de Pater, com Thierry Fouchet, professor do Observatório de Paris, em uma colaboração internacional.
Segundo anúncio da Nasa, parceira nesta missão da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Agência Espacial Canadense (CSA), pelas imagens é possível observar tempestades como a Grande Mancha Vermelha, ventos fortes, luas, auroras e até mesmo outras galáxias.
Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar, com mais de 142 mil quilômetros de diâmetro. É o quinto planeta a partir do Sol, localizado entre Marte e Saturno.
Mancha vermelha e luas
A Grande Mancha Vermelha – uma complexa tempestade que se move em sentido anti-horário – assim como outras nuvens, aparecem como imagens brancas, devido ao reflexo da luz solar.
“O brilho aqui indica alta altitude. Então a Grande Mancha Vermelha tem névoas de alta altitude, assim como a região equatorial”, disse Heidi Hammel, cientista interdisciplinar da missão Webb. A Nasa explica que, em contraste, também aparecem faixas escuras ao norte da região equatorial com pouca cobertura de nuvens.
O telescópio também registrou as luas Amalteia e Adrastea e o possível efeito da matéria de Io, um dos mais conhecidos satélites de Júpiter, que ao entrar na atmosfera de Júpiter seria responsável pelas auroras nos polos sul e norte do planeta.
Anéis invisíveis
As imagens de Júpiter vêm da Near Infrared Camera (NIRCam) do observatório, que possui três filtros infravermelhos. Como os dados capturados pelo Webb são invisíveis aos olhos humanos, eles precisam ser processados para o espectro visível. Assim, foi possível registrar até mesmo os tênues anéis do planeta gasoso. De acordo com a Nasa, ‘’um milhão de vezes mais fracos que o planeta’’.
Tudo isso em cooperação com cientistas cidadãos, que são pessoas não necessariamente habilitadas em astronomia, mas que cooperam com conhecimentos especializados. Neste caso, segundo a Nasa, a missão contou com o trabalho da jovem Judy Schmidt para traduzir os dados brutos do Webb em imagens.
Há dez anos, Judy ficou entre os finalistas de um um concurso da ESA e, de lá para cá, colabora no processamento de imagens, inclusive nas que já foram disponibilizadas por outro telescópio precursor do Webb, o Hubble. De acordo com a Nasa, todo o material disponibilizado pelo James Webb deverá ser estudado por especialistas na tentativa de desvendar um pouco mais da dinâmica e do sistema meteorológico do gigante gasoso.
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Supertelescópio James Webb divulga novas imagens do Universo
Depois de apresentar ao mundo sua primeira foto científica e colorida na última segunda 11, o supertelescópio espacial internacional James Webb revela nesta terça-feira 12 uma série de imagens e dados científicos das suas observações iniciais.
A Nasa havia divulgado a imagem do aglomerado de galáxias chamado de SMACS 0723, a primeira foto colorida feita pelo telescópio espacial. A imagem infravermelha mais profunda do universo feita até agora.
As informações foram inicialmente publicadas pelo G1. Na missão o supertelescópio que faz parte de um programa que é liderado pela NASA, em parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) e a Agência Espacial Canadense (CSA), apontou seus instrumentos para regiões do espaço que foram escolhidas por um comitê internacional de cientistas.
As imagens e os dados divulgados marcam o início oficial das operações científicas do telescópio espacial de US$ 10 bilhões que promete “transformar nossa compreensão do universo”, segundo a Nasa. A imagem de Weeb é aproximadamente do tamanho de um grão de areia mantido no comprimento do braço, uma pequena lasca do universo.