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Policiamento

Lei Seca funciona, e Natal zera mortes por embriaguez no trânsito

Capital potiguar está há 10 meses sem registrar mortes no trânsito causados por condutores sob efeito de álcool
Daniel Guimarães
26/10/2023 | 05:05

A cidade de Natal está há 10 meses sem mortes no trânsito causadas por embriaguez ao volante. Os dados foram confirmados pelo Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE) nesta quarta-feira 25.

O major César Fagundes, que é o comandante da Operação Lei Seca, afirmou que os procedimentos rigorosos de fiscalização acompanhados de um número crescente de prisões em flagrantes auxiliaram a polícia a zerar o número de vítimas na capital.

Em 2023, a Operação Lei Seca conduziu 355 pessoas à delegacia, marcando um recorde de prisões em oito anos; ação contribuiu significativamente para a redução no número de acidentes fatais / Foto: José Aldenir
Em 2023, a Operação Lei Seca conduziu 355 pessoas à delegacia, marcando um recorde de prisões em oito anos / Foto: José Aldenir

Em 2023, a Operação Lei Seca conduziu 355 pessoas à delegacia, marcando um recorde de prisões em oito anos. “Estamos registrando o maior número de prisões por embriaguez ao volante desde 2015. Felizmente, isso está refletindo na drástica redução no número de acidentes”, destacou o Major.

Fagundes observou que a partir de meados de junho do ano passado, a Polícia identificou um descompasso entre o número de multas aplicadas pela Lei Seca e o de prisões efetuadas. Como resposta, a Polícia Militar implementou procedimentos mais rigorosos, resultando em uma mudança significativa no cenário de acidentes.

“Começamos a perceber que o número de multas não estava se traduzindo no número necessário de prisões para tornar o processo mais rigoroso. Foi aí que começamos a mudar”, explicou.

O Major destacou que durante a Lei Seca, a Polícia tem autorização para prender em flagrantes condutores que apresentem sinais de embriaguez, mesmo que se recusem a fazer o teste do etilômetro.

“É importante que saibamos que quem se recusar a realizar o teste, mas possuir sinais que denotem embriaguez, vai ser preso da mesma forma, como se tivesse feito o teste. É isso que nós estamos fazendo”, disse.

Inclusive, a abordagem quanto ao comportamento do condutor ficou mais criteriosa. O comandante mencionou vários sinais apresentados pelos motoristas, que podem leva-los à prisão em flagrante.

“Olhos vermelhos, odor etílico, agressividade e ironia. São um conjunto de sinais que o policial, detectando, pode dar voz de prisão àquele condutor que se recusa a realizar o teste. Então, hoje, o teste do etilômetro tem que ser visto como um parceiro do condutor que bebeu, para que ele prove que ele não está embriagado”, acrescentou o Major em entrevista à Rádio 91 FM.

Como resultado dessas medidas, o número de prisões em flagrante por embriaguez ao volante é o maior desde 2015, e essa ação contribuiu significativamente para a redução no número de acidentes fatais em Natal.

O último acidente fatal relacionado à embriaguez registrado pelo CPRE ocorreu em dezembro de 2022, na zona oeste da cidade. Em agosto deste ano, um incidente envolvendo um condutor embriagado que deliberadamente atropelou uma pessoa foi classificado como homicídio doloso, não como um acidente.

Ao AGORA RN, o comandante da Lei Seca afirmou que a polícia pretende divulgar dados inéditos da operação na próxima semana. As informações incluem o recorde histórico de prisões em flagrante de condutores embriagados.

Divulgação da operação

A divulgação de blitz por meio das redes sociais em Natal é uma das preocupações da Lei Seca. Atualmente, a Polícia realiza blitzes móveis para pegar condutores de surpresa e coibir infrações. O major reforçou que divulgar informações sobre as blitzes é considerado crime, embora seja difícil responsabilizar os infratores.

“A Lei Seca opera com pontos itinerantes atualmente. Não usamos mais ônibus da Lei Seca, ‘palhacinhos’ e outras estruturas. Apenas usamos o necessário para montar fiscalizações e, quando necessário, e já partimos para outro local. Então esse trabalho tem pego muitos condutores de surpresa.”

“O fato de divulgar as blitzes é crime. É um atentado aos órgãos de segurança e tem pena para isso. No entanto, é muito dificil responsabilizarmos. É muito complicado porque depende de um trabalho mais investigativo da Polícia Civil. É um caso ou outro que a PM acaba tendo êxito de se deparar com aquela situação”, disse o comandante César Fagundes”.

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