O candidato do PSD a prefeito de São Gonçalo do Amarante, Jaime Calado, acusou o atual prefeito Eraldo Paiva (PT), candidato à reeleição, de adotar uma postura truculenta e dificultar o processo eleitoral no município. Segundo Jaime, Eraldo estaria por trás de ataques verbais e ações destinadas a desestabilizar sua candidatura, gerando tensão na cidade. Entretanto, Jaime acumula oito condenações na Justiça Eleitoral e R$ 80 mil em multas por uso inadequado das redes sociais para divulgar conteúdos ofensivos contra o adversário.
Buscando um terceiro mandato, o candidato acionou sua equipe jurídica e solicitou ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) o envio de tropas federais para garantir a segurança no município. Conforme o documento, aliados e auxiliares de Eraldo estão causando insegurança no processo eleitoral. Ele ainda prometeu recorrer à justiça para se defender das acusações e outros incidentes que ele considera injustos e mentirosos.
Apesar das acusações contra Eraldo, Jaime tem um histórico de envolvimento em episódios de violência política. Em 2004, durante sua primeira campanha para prefeito de São Gonçalo do Amarante, ele foi acusado de agredir fisicamente Wilton Gomes, sobrinho de seu então adversário Jarbas Cavalcanti. A vítima precisou ser socorrida para o hospital e Jaime passou cerca de três horas detido.
Conforme matéria publicada pela Tribuna do Norte em 29 de setembro de 2004, a confusão teria começado na entrada da cidade, quando um carro de som contratado pela coligação de Jarbas veiculava um CD narrando textos de “jornais da capital, sobre suspeitas de irregularidades ocorridas durante a gestão de Jaime Calado na Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern)”.
Ao verem a situação, Jaime e aliados “tentaram prender o carro de som, pegar o CD e arrebentar os cabos. A partir daí, começou a pancadaria”, narra a matéria. Na confusão, o sobrinho de Jarbas, Wilton “foi agarrado pela camisa por Jaime e recebeu um soco no lado direito do rosto”. Ao tentar ajudar a vítima, outras duas pessoas foram feridas: Koemo Barbosa e Francisgleizer de Paiva.
“Caí no chão e continuei apanhando dos seguranças dele”, falou Wilton, na época. Ele passou cerca de três horas em observação no hospital e, liberado, foi prestar queixa contra Jaime na delegacia. Ao chegar ao local, o então candidato já havia sido liberado, para prestar esclarecimentos depois. Sobre o fato, Jarbas afirmou, na ocasião, que “a propaganda era legal e não estávamos dizendo nada que a imprensa já não tenha dito”.
Vereadora acusa Jaime de violência política
No último dia 10, Jaime Calado foi acusado de violência política pela vereadora de São Gonçalo do Amarante, Márcia Soares (PT), durante pronunciamento na Câmara Municipal. Segundo ela, Jaime a acusou de ser mandante de um atentado contra o empresário Berg Guajá, ex-marido da vereadora e aliado do candidato.
Na ocasião, ela classificou a acusação como “politicagem” e afirmou que está sendo atacada por ser a líder do governo do atual prefeito e candidato à reeleição, Eraldo Paiva. Márcia também revelou ter sido vítima de violência doméstica durante seu relacionamento com Berg Guajá, criticando o uso político da situação.
Quatro dias antes, Berg Guajá afirmou nas redes sociais que sofreu um atentado e insinuou que o crime teve motivação política. Na ocasião, Jaime lamentou o fato, manifestou repúdio à violência e solicitou uma investigação rigorosa. Já Márcia pediu apoio à senadora Zenaide Maia, esposa do candidato e afirmou que a tentativa de a culpar pelo atentado é uma estratégia de “politicagem barata”.