O coronel Hélio Oliveira, filiado ao PRTB, classifica como “choro dos derrotados” a carreta que aconteceu no último sábado 23 em Natal pedindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido). Para Hélio, a quantidade de veículos participando do ato demonstra quão “pífia” foi a adesão.
“Se observarmos, o movimento foi quase insignificante. A carreata foi realizada por uma minoria, que , realmente, torce para o Brasil dar errado”, dispara o coronel, ao revelar que o ato – executado à nível nacional – não tinha motivos para ser realizado no Rio Grande do Norte em virtude dos investimentos feitos no Estado pelo governo federal.

Hélio cita como exemplo disso os repasses para o enfrentamento da pandemia do coronavírus e o investimos em obras. Além disso, ele soma a essa conduta a criação do auxílio emergencial, que ele considera como “grande programa de assistência em meio a crise sanitária”.
“É, no mínimo, uma insensatez acontecer uma carreata como essa, pois deveríamos estar, na verdade, batendo palma para o presidente Bolsonaro”, afirma.
Hélio questiona por que não foi realizada uma manifestação similar para solicitar os “R$ 5 milhões desviados na compra dos respiradores”, em abril de 2020, através do Consórcio Nordeste.
“Eles não foram para rua tirar quem responde pelo governo. Isso é algo que se deve cobrar, pois é dinheiro público. Afinal, quem permite desvio público é conivente com eles (com quem desvia)”, desabafa.
A presença de pessoas nas ruas pedindo pelo encerramento prematuro da atuação Bolsonaro à frente do Palácio do Planalto não gera ameaça ao governo, segundo Hélio.
Por acreditar na vitória do deputado federal Arthur Lira (PP) para presidência da Câmara Federal, Hélio vê como distante o risco de impeachment contra o presidente .
De acordo com ele, a vitória do progressista, inclusive, irá proporcionar o debate de pautas “enterradas durante o mandato de Rodrigo Maia (DEM)”, como as reformas tributária e administrativa.
“O Brasil precisa ser tocado. O dinheiro da reforma da Previdência, por exemplo, fez com que o governo federal tivesse recursos para colocar em prática o auxílio emergencial e poder prestar assistência aos estados e municípios”, comenta.
A eleição para presidente da Câmara permitirá saber quem são os aliados do governo vigente, segundo Hélio, pois “a votação presencial força, obrigatoriamente, a todo mundo dar a cara tapa. E ninguém quer está do lado oposto ao presidente”.
Ele argumenta, ainda, que é necessário respeitar o resultado das urnas, mesmo que ele seja divergente da escolha pessoal do eleitor. Para Hélio, o bem estar do Brasil deve estar acima de qualquer interesse.
“Onde está o Estado Democrático de Direito? A democracia? Querem retirar um presidente eleito legitimamente. Isso, na minha visão, é mais um choro dos derrotados. A vitória na Câmara dos Deputados irá reforçar a ala do povo, do governo federal, de quem quer o Brasil dando certo”, encerra.
Protesto em Natal
Natal foi uma das 21 capitais que participaram do protesto contra o presidente Bolsonaro, no último fim de semana. A concentração foi agendada na capital para às 15h, em frente ao shopping Midway Mall, no bairro de Lagoa Seca, zona Sul da capital. A Polícia Militar não fez estimativa da quantidade de carros, mas afirmou que o movimento foi pacífico.
Bolsonaro ironiza
O presidente Bolsonaro ironizou nesta segunda-feira 25 as manifestações que cobraram a abertura de um processo de impeachment contra ele nos últimos dias.O chefe do Planalto citou uma carreata em Campo Grande (MS). “Eu vi uma carreata monstro, de uns 10 carros, contra mim”, disse.
No domingo 24, o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua, que organizaram atos durante o impeachment de Dilma Rousseff em 2016, protestaram contra Bolsonaro. Em São Paulo, segundo os organizadores, cerca de 500 carros participaram da manifestação.
Atualmente, há 56 pedidos de impeachment de Bolsonaro pendentes de análise na Câmara. Dois deles foram apresentados neste mês e ao menos mais um deve ser protocolado na próxima terça-feira, por partidos de oposição.
A decisão de apresentar uma nova denúncia por crime de responsabilidade foi anunciada na quarta-feira, 20. O pedido é assinado por PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB e Rede. O argumento usado é a questão sanitária, “na omissão e na responsabilidade do governo Bolsonaro na pandemia”.