Os desafios da alimentação escolar na capital potiguar foram debatidos durante uma audiência pública, na última semana, na Câmara Municipal de Natal. Proposto pelo vereador Professor Robério Paulino (PSOL), o encontro reuniu representantes de instituições gestoras e fiscalizadoras da merenda escolar oferecida nas escolas do município.
A merenda é um complemento que ajuda na educação nutricional das crianças, pois passam a conhecer e praticar a importância dos hábitos saudáveis dentro da escola e, em consequência, levam esse aprendizado para casa. Com refeições de qualidade, a merenda escolar oferece os nutrientes essenciais para o crescimento físico e cognitivo dos alunos. Ela é fundamental para garantir a segurança alimentar dos estudantes no ambiente escolar.
“Para milhões de crianças brasileiras, a primeira refeição do dia é a merenda escolar. Porque muitas famílias brasileiras não têm dinheiro para oferecer um café da manhã adequado, às vezes o pai ou a mãe saem para trabalhar muito cedo ou não têm dinheiro mesmo para comprar alimentos de boa qualidade para os filhos”, pontuou o vereador Robério Paulino.
“Infelizmente, nem sempre essa merenda é de qualidade ou às vezes não tem. Quando não tem o diretor da escola tem que improvisar, fazer um achocolatado e dar com biscoito doce, ou seja, um alimento cheio de açúcar, o que leva à obesidade das crianças. Mas por que isso acontece? Porque não chegou na escola o recurso suficiente. E não é caro comprar banana, milho, arroz e um pedacinho de carne para fazer uma refeição bacana. Se for através da agricultura familiar, é mais barato ainda. Foi para saber como anda a gestão e fiscalização desse processo que convidamos representantes de órgãos que monitoram a alimentação nas escolas”, acrescentou.
Sankya Saraiva, assessora técnica do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar da UFRN, explicou como é o trabalho da instituição. “A questão do monitoramento é uma das atividades do Centro. Esse monitoramento segue uma lista enviada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, que nos pede para que sejam monitorados alguns municípios de acordo com critérios que eles definem. Podem ser critérios de gestão negativa ou critérios de gestão positiva. Em 2024, monitoramos 20 municípios e verificamos como é que está a execução do programa em todos os sentidos: atores envolvidos, compra e fornecimento da merenda. Também visitamos as escolas para ver como está o cardápio, a alimentação de maneira geral”.
Na sequência, a presidente do Conselho de Alimentação Escolar de Natal, Maria do Rosário de Oliveira, disse que as visitas fiscalizatórias sempre terminam com um relatório detalhado, contendo inclusive fotografias, sendo depois enviado para a Secretaria de Educação tomar providências. “A gente faz um planejamento anual. Por coincidência, ontem realizamos a nossa última reunião do ano e já temos o nosso cronograma de visitas para 2025, haja vista que são mais de 160 escolas. Então tudo tem que ser muito bem planejado para podermos conciliar tudo isso com a pequena quantidade de fiscais que dispomos. Aproveito para parabenizar este parlamento pela preocupação com a merenda escolar e dizer que é importante que os órgão fiscalizadores mostrem o que estão fazendo”.
