A sucessão estadual no Rio Grande do Norte para 2026 começa a movimentar os bastidores políticos. Com a iminente renúncia da governadora Fátima Bezerra (PT), prevista para abril do próximo ano, quando ela deve deixar o cargo para concorrer ao Senado, abre-se uma lacuna na definição de quem será o nome do grupo governista na disputa pelo Governo do Estado.
A princípio, o nome natural para disputar a eleição seria o vice-governador Walter Alves (MDB), que assumirá o governo caso Fátima renuncie. Contudo, Walter tem indicado, em conversas reservadas, que não pretende concorrer ao cargo. Apesar disso, há a possibilidade de que ele permaneça na cadeira de governador para conduzir o processo eleitoral e fortalecer o nome do candidato do grupo.

Outro nome que aparece na linha de sucessão é o do presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PSDB). No entanto, Ezequiel também não demonstra interesse na disputa pelo governo e teria preferência por uma candidatura à Câmara dos Deputados. Walter e Ezequiel mantêm uma forte aliança política e devem tomar uma decisão conjunta sobre os rumos da eleição.
Diante desse cenário, a indefinição do candidato governista tem levado os bastidores políticos a buscar um nome que represente o grupo na disputa. Um dos primeiros nomes ventilados foi o da deputada federal Natália Bonavides (PT), que recentemente disputou a Prefeitura de Natal e chegou ao segundo turno contra Paulinho Freire (União Brasil). Apesar da visibilidade conquistada, Natália já descartou a possibilidade de concorrer ao governo e deve focar na reeleição para a Câmara dos Deputados.
Cadu ganha força na disputa
Com os principais nomes políticos do grupo demonstrando desinteresse pela disputa, a candidatura do atual secretário da Fazenda, Carlos Eduardo Xavier, voltou a ganhar força nos bastidores. Conhecido como Cadu, o secretário é visto como um perfil técnico, com uma postura voltada para o equilíbrio fiscal do Estado e medidas de austeridade.
O Governo do Rio Grande do Norte enfrenta grandes desafios financeiros, com um alto comprometimento da receita com folha de pagamento e pouca margem para investimentos em áreas essenciais, como saúde, segurança e educação. Nesse contexto, Carlos Eduardo Xavier se destaca por sua defesa de reformas fiscais e pela proposta de cortes de gastos, inclusive nos repasses para os poderes Legislativo e Judiciário.
Nos últimos dias, aumentaram as especulações sobre encontros frequentes entre Walter Alves e Carlos Eduardo Xavier, reforçando a possibilidade de que o secretário seja o nome escolhido para a disputa. A configuração política que vem sendo ventilada é a seguinte: Walter assumiria o governo com a saída de Fátima e atuaria como um dos principais articuladores da candidatura de Cadu, garantindo apoio do MDB e de aliados.
Cenário segue indefinido, mas grupo busca solução
Embora a escolha do nome do candidato governista ainda não esteja definida, a aproximação entre Walter e Cadu sugere que a possibilidade de uma candidatura do secretário da Fazenda está sendo avaliada com seriedade. O grupo governista busca uma opção que consiga manter a base política unida e, ao mesmo tempo, apresentar um discurso viável para a reeleição, tendo em vista o desgaste administrativo e as dificuldades fiscais do Estado.
A decisão final deve ocorrer ao longo de 2025, à medida que o cenário eleitoral se torne mais claro e os partidos aliados definam suas estratégias para a sucessão estadual. Até lá, as articulações e conversas de bastidores seguirão intensas, enquanto o nome de Carlos Eduardo Xavier ganha força como possível sucessor de Fátima Bezerra na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte.