O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cumprimentou com um aperto de mão o tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, antes do início dos interrogatórios de réus do núcleo 1 da ação penal que apura tentativa de golpe de Estado, no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (9). Cid foi o primeiro a prestar depoimento à corte.
Durante a oitiva, o ministro Alexandre de Moraes questionou se Bolsonaro havia recebido e lido o documento conhecido como “minuta do golpe”. Cid respondeu: “Sim senhor, recebeu e leu”.

Mauro Cid firmou acordo de delação premiada em 2023. Desde então, suas declarações embasaram parte das provas utilizadas pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República na investigação. No entanto, o militar alterou pelo menos cinco vezes sua versão sobre o plano golpista.
Além de Cid, o STF deve ouvir ao longo da semana outros integrantes do núcleo principal investigado. São eles:
- Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.
A Primeira Turma do Supremo reservou os cinco dias desta semana para os interrogatórios.