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Via Costeira

Comissão da Assembleia discutirá novas regras para Via Costeira e Parque das Dunas

Audiência pública debaterá Projeto de Lei nº 514/2023, do deputado Luiz Eduardo, que propõe atualização da legislação para resolver problemas de insegurança jurídica
Redação
09/08/2024 | 05:34

A Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado realizará audiência pública na próxima quinta-feira 15, para debater o Projeto de Lei nº 514/2023, que visa alterar a legislação vigente sobre o Parque das Dunas e a Via Costeira, com novos prazos e critérios para obras na região. Autor da proposta, o deputado estadual Luiz Eduardo (SDD) afirmou que o texto alinha a legislação ao novo Plano Diretor de Natal.

Entre as principais mudanças, está a possibilidade de oneração das áreas de uso e ocupação por meio de garantias reais junto a instituições financeiras. Para isso, a viabilidade econômica do projeto deve ser confirmada pela instituição financiadora e aprovada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE). Os recursos obtidos devem ser usados exclusivamente para a construção e instalação de equipamentos, e a garantia real não pode exceder o valor da concessão.

Outra alteração importante é a obrigatoriedade de destinação de acessos à praia nas novas construções do “Projeto Parque das Dunas/Via Costeira”. Cada unidade deve garantir, no mínimo, 2% da linha frontal do terreno como acesso público até a praia, em conformidade com o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro.

O texto também impõe prazos rigorosos para os concessionários de áreas destinadas a equipamentos turísticos, que devem apresentar seus projetos aos órgãos licenciadores competentes dentro de 12 meses a partir da vigência da lei, além de cumprir eventuais exigências complementares dentro dos prazos estabelecidos, iniciar as construções no prazo máximo de 12 meses após a aprovação dos licenciamentos, e colocar os empreendimentos em funcionamento dentro de 36 meses.

Conforme o texto, se qualquer desses prazos não for cumprido sem justificativa, a área em questão será revertida ao patrimônio do Estado e poderá ser alienada novamente conforme as normas da Lei Federal nº 8.666/1993. Também assegura o respeito aos contratos e acordos previamente firmados entre o Estado e as empresas concessionárias, desde que estejam de acordo com os princípios da boa fé contratual.

Projeto quer resolver insegurança jurídica na Via Costeira, diz deputado

Entre as principais mudanças previstas no projeto, está a possibilidade de oneração das áreas de uso e ocupação por meio de garantias reais junto a instituições financeiras / Foto: abih-rn / reprodução
Entre as principais mudanças previstas no projeto, está a possibilidade de oneração das áreas de uso e ocupação por meio de garantias reais junto a instituições financeiras / Foto: abih-rn / reprodução

O deputado Luiz Eduardo destacou a insegurança jurídica que afeta investidores na Via Costeira devido a leis desatualizadas e conflitantes. Em sua justificativa para o Projeto de Lei Nº 514/2023, ele apontou que a falta de regulamentação adequada e a inconsistência com o Plano Diretor de Natal têm impedido o desenvolvimento de empreendimentos na região.

Luiz Eduardo explicou que a insegurança jurídica gera um ambiente instável, onde os investidores não possuem garantias suficientes sobre a legalidade e proteção dos seus projetos. Isso resulta em dificuldades para a estruturação eficaz dos interesses envolvidos e favorece aqueles que preferem postergar ou evitar construções, atrasando a recuperação das áreas concedidas e o desenvolvimento do polo turístico.

O deputado criticou ainda a falta de regulamentação do Decreto nº 12.047/1994 e da Lei nº 7.942/2001, que afetam a aplicação de garantias reais e a definição de acessos à praia, entre outros pontos. Essas lacunas legais têm causado atrasos na análise e aprovação de projetos, além de fomentar litígios que bloqueiam investimentos e prejudicam o setor turístico.

Luiz Eduardo argumentou que a ausência de regulamentação e a sobreposição de leis têm levado a batalhas jurídicas prolongadas, que afetam negativamente o desenvolvimento econômico e turístico do Rio Grande do Norte. O projeto de lei visa estabelecer critérios claros e objetivos para resolver esses problemas, garantir regras jurídicas exequíveis e atrair investidores para revitalizar o polo turístico, gerando empregos e renda para a população. l

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