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Inovação

MEC anuncia cursos para IA e robótica em evento em Brasília com presença potiguar

Ministro afirma que objetivo é alinhar as universidades e institutos federais às demandas do mercado de trabalho contemporâneo
Nathallya Macedo
08/10/2025 | 07:14

O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou nesta terça-feira 7 a criação de 5 mil novas vagas em cursos de graduação voltados às áreas de biotecnologia, engenharia, robótica e inteligência artificial. As vagas serão ofertadas a partir do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 e disponibilizadas no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2026. O anúncio ocorreu durante a abertura da 5ª Semana Nacional da Educação Profissional e Tecnológica (SNEPT), em Brasília.

Segundo o ministro, o objetivo é alinhar as universidades e institutos federais às demandas do mercado de trabalho contemporâneo. “Nós temos discutido com reitores das universidades a respeito da necessidade de ofertar cursos mais conectados com o mundo atual do trabalho, na área da ciência, tecnologia, engenharia, matemática, que traga robótica, inteligência artificial e novas matrizes energéticas que hoje nós estamos discutindo no mundo inteiro”, afirmou. “Então, é inovar e ofertar dentro das nossas instituições cursos conectados com o atual mundo do trabalho.”

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Anúncio ocorreu durante abertura da 5ª Semana Nacional da Educação Profissional e Tecnológica (SNEPT), em Brasília - Foto: THIAGO SOUSA

Não foi divulgada a lista das instituições que serão contempladas, nem detalhes sobre a distribuição dessas vagas. O que já foi antecipado é que a maior parte será destinada ao nível superior e o restante ao nível técnico.

Camilo explicou que o Ministério da Educação já está autorizando vagas para novos professores. “Com o resultado da nota do Enem, a gente já quer ofertar essas vagas para que os estudantes possam escolher esses novos cursos que serão iniciados nas nossas universidades e institutos a partir do ano que vem”, disse. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 será realizado nos dias 9 e 16 de novembro.

Em entrevista coletiva, o ministro reforçou que o investimento inicial será concentrado em pessoal e estrutura. “O valor que vamos fazer agora de aporte vai ser praticamente a contemplação de novos professores. Vamos definir quais são as universidades e os cursos que serão ofertados. A gente quer que todas as regiões possam ofertar esses novos cursos”, destacou.

O ministro também anunciou a abertura do edital do Programa Acelera NIT Brasil, que visa fortalecer os Núcleos de Inovação Tecnológica das universidades por meio do empreendedorismo e da sustentabilidade. Outra medida é a criação de um grupo de trabalho (GT) de reitores para revisar as normas que regem as relações entre universidades e fundações de pesquisa. “Vamos criar um grupo de trabalho para modernizar as fundações, de forma que possamos agilizar o relacionamento do setor privado com as nossas universidades. A ideia é garantir que esse investimento possa ser ampliado dentro da universidade, sem muita burocracia, de forma mais ágil, para investimento em ciência, tecnologia e inovação”, explicou.

O ministro ressaltou que as universidades públicas são responsáveis por quase metade da pesquisa científica do país. “As universidades federais são responsáveis por quase 50% da pesquisa que é realizada nesse país. Muitas delas são desenvolvidas para atender o mercado do setor produtivo, então é importante melhorar essa relação dos investimentos dentro da universidade”, disse, em referência à integração com a política da Nova Indústria Brasil, lançada pelo governo federal.

Camilo Santana também destacou que o MEC vem investindo na consolidação dos Institutos Federais e na criação de novos cursos técnicos e tecnológicos. “As nossas instituições precisam estar adaptadas, conectadas a esse novo mundo atual, tecnológico, inovador, que nós estamos vivendo, na velocidade da informação muito rápida. Nós precisamos nos adaptar”, afirmou.

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Ministro da Educação, Camilo Santana – Foto: THIAGO SOUSA

A 5ª Semana Nacional da Educação Profissional e Tecnológica, que tem como tema “Juventudes que inovam, Brasil que avança”, reúne mais de 1.400 expositores e 400 projetos de 63 instituições de todo o País, inclusive o IFRN, Iern Alexandria e três outras escolas estaduais. O evento é realizado pelo MEC, por meio da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Festival Curicaca.

Durante a abertura, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin (PSB), destacou a importância da integração entre indústria e educação. “Nós temos que ter uma indústria mais inovadora, universidades e institutos de pesquisa no setor produtivo, todo mundo junto para a gente poder avançar”, afirmou.

Camilo Santana ainda pontuou o papel das instituições federais na transformação social. “É o momento de mostrar a força que as nossas instituições federais têm nesse país. É preciso ter muito orgulho dessas instituições e do que esses alunos têm desenvolvido ao longo do tempo. Faço questão de vir aqui para reconhecer o papel desses alunos e professores que fazem a diferença no ensino público brasileiro”, concluiu. O ministro visitou todos os todos estandes e conheceu os projetos desenvolvidos pelos estudantes.

IFRN prepara oferta de ensino médio integrado em três novos campi, diz reitor

O Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) deve iniciar, já em 2026, a oferta de cursos de ensino médio integrado à educação profissional em três novos campi: São Miguel, Touros e Umarizal. A informação foi confirmada pelo reitor da instituição, José Arnóbio, que destacou os avanços na ampliação das estruturas e a expectativa pela aprovação de projeto de lei que cria cargos e funções para as novas unidades.

“Ano passado foi colocado pra gente o desafio de assumir mais três novos campi. São Miguel, Umarizal e Touros. A gente já recebeu a doação por parte do Governo do Estado, das estruturas que iam funcionar os Ierns, e a gente também conseguiu a captação de mais de R$ 15 milhões, junto ao Ministério da Educação, para ampliar esses campi”, explicou o reitor, em entrevista ao AGORA RN durante a 5ª Semana Nacional da Educação Profissional e Tecnológica.

Segundo ele, as obras de ampliação já começaram em duas unidades. “O campus de Umarizal já começou a ampliação, o campus de São Miguel também”.

Arnóbio ressaltou que o cronograma depende agora da tramitação do projeto de lei no Congresso Nacional. “A expectativa é que o projeto de lei que cria cargos e funções seja votado no Congresso Nacional, para que ano que vem a gente já possa estar ofertando ensino médio integrado à educação profissional para esses três novos campi”, afirmou.

A previsão inicial é de que cada unidade receba cerca de 80 estudantes na primeira etapa de funcionamento.

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Reitor do IFRN, José Arnóbio Filho – Foto: NATHALLYA MACEDO / AGORA RN

A jornalista do AGORA RN viajou a convite do MEC.

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