O cantor e tecladista potiguar Zezo usou as redes sociais nesta segunda-feira 14 para fazer um apelo à governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, e aos prefeitos das cidades potiguares.
Em um vídeo de quase 10 minutos, o artista cobrou que as autoridades liberem a realização de shows musicais no Estado com a presença de público – algo que está proibido desde março, por causa da pandemia de Covid-19.
Volta de shows
De acordo com Zezo, a classe artística do RN “está pedindo socorro”. Ele registrou que está sem fazer shows desde 18 de fevereiro e que está tendo dificuldades para pagar os salários dos profissionais de sua equipe – que ele manteve mesmo com a paralisação.
O apelo do cantor aconteceu um dia depois de o Estado registrar aglomerações em convenções partidárias para homologar candidaturas para as eleições municipais. Segundo Zezo, o que ocorreu no fim de semana foi um “tapa na cara” da classe artística.
“Nossa classe musical está esquecida. Pode tudo, mas, na música, não pode nada. Estou indignado com as imagens de aglomerações de multidões de pessoas nas convenções políticas. Não tenho nada contra as convenções, nada contra os partidos políticos, ao povo que vai para a rua. É um direito de cada um. Mas por que não podemos trabalhar?”, questionou.
Zezo pediu “sensibilidade” às autoridades, inclusive o Ministério Público, e ressaltou que a classe artística também gera empregos. “Nós também fazemos parte da economia. Geramos vários empregos, pagamos impostos”, afirmou o cantor.
“Estamos querendo voltar a trabalhar com cuidado, no entanto, o que eu vi ontem (domingo, 13)… Cadê as autoridades que repreendem o cidadão de bem, o comerciante, que fecham os estabelecimentos pequenos por aglomeração? Se pode ter milhares de pessoas em convenções, por que não pode trabalhar?”, desabafou.
O cantor fez, ainda, uma crítica à governadora Fátima Bezerra, que esteve na convenção do PT de Mossoró no fim de semana para homologar a candidatura de Isolda Dantas a prefeita.
“A senhora estava em uma dessas convenções com milhares de pessoas, enquanto a senhora prega o contrário. As aulas não podem voltar, segundo o seu decreto. Muitas coisas ainda não podem funcionar. Faça alguma coisa pela classe musical. A classe musical do nosso estado está pedindo socorro”, enfatizou.
“Os artistas vivem da música. Vivemos dos nossos fãs, do nosso público. Então, vamos olhar para a nossa classe musical. Eu tinha evitado falar disso, gravar vídeo, mas depois de ontem, do dia 13/09, eu não pude me calar. É absurdo. A classe musical está indignada com o que aconteceu”, finalizou.