O colunismo social abriga um glamour único em páginas de jornais. Assim como no jornalismo geral, o social captura e registra momentos relevantes para a construção da identidade cultural local, dentro de um período de tempo. O glamour vive justamente na capacidade de unir eventos e pessoas que se destacam à representação de uma sociedade.
Dona de uma longa carreira no Rio Grande do Norte, Simone Silva conquistou seu espaço entre colunistas sociais com carisma e respeito. Ela considera que as amizades e as mulheres fortes de sua família são referências e inspirações diárias. Casada há quase 30 anos com Enilson Medeiros, é mãe de João, Davi, Pedro e Maria.
Em entrevista ao AGORA RN, a comunicadora falou sobre a profissão, entre dificuldades e benefícios. Contou sobre o início da carreira, relembrou aprendizados e projetou o futuro no jornalismo social. Confira:
- AGORA RN – Por que você começou a fazer colunismo social?
Simone Silva – Na verdade eu escolhi o jornalismo. Comecei no Diário de Natal como estagiária, um ano depois fui efetivada e lá tive a honra de ser a única jornalista do Rio Grande do Norte a ser indicada ao prêmio Ayrton Senna de jornalismo, na categoria jornal, com uma série de seis reportagens sobre questões infantis. Minha especialidade era a editoria de cidades e principalmente polícia. Minha primeira coluna foi sobre mídia. Em 2000 fui convidada para ser correspondente da Revista CARAS em Natal. A partir daí o jornalismo social entrou na minha vida e comecei a frequentar as rodas sociais. Fiquei 12 anos na publicação, que me ensinou muito. Até um curso específico da editora Abril eu fiz em Brasília. Neste período dividi com dois fotógrafos incríveis, Joana Lima primeiro e Canindé Soares depois. A partir daí tive a honra de substituir o grande Paulo Macedo, colunista que muito me ensinou. Depois assinei minha primeira página no JH Primeira Edição, então não parei mais.
- AGORA RN – Mas a pergunta é: por que jornalismo?
Simone Silva – Um professor de português do colégio das Neves me acendeu isso, porque minhas redações sempre eram destaque. Minha ideia de curso era educação física. E a partir deste dia, após a pergunta: ‘porque você não faz jornalismo?’ Eu mudei de curso e passei a ter um único propósito: transformar a vida das pessoas com informação. Era isso o que eu queria quando escolhi jornalismo. Nem fama, nem dinheiro, nem benefícios. Nada. Só tornar a vida das pessoas melhor.
- AGORA RN – Quais foram as dificuldades encontradas no início?
Simone Silva – Nenhuma! Ou eu diria uma, a mesma que todo foca encontra: a discrepância entre o que aprende na universidade e a realidade do mercado, do dia a dia da redação. Tive professores incríveis, como Odair Vasconcelos, Gerson de Castro, Carlão. A redação do Diário foi minha graduação. No jornalismo social comecei do alto, como correspondente da CARAS, então aprendi no melhor padrão.
- AGORA RN – Agora, depois de quase três décadas de constância, qual é a principal lição que você aprendeu?
Simone Silva – A que ouvi ainda na universidade. O jornalismo existe para servir à sociedade. E mesmo num meio sedutor como o social, o jornalista não pode esquecer isso. Do seu compromisso com o leitor, ouvinte, telespectador, da sua ética, da seriedade na apuração e apresentação dos fatos.
- AGORA RN – Já em tempos de redes sociais, é difícil inovar no jornalismo social?
Simone Silva – Não. É preciso ser jornalista. Fazer um bom trabalho de apuração, ter faro para o que é notícia. Cada um com o seu celular é um colunista em si, mas quando o que faz encontra eco nas páginas de um jornal isso ganha uma relevância maior.
- AGORA RN – Como as redes sociais influenciam seu trabalho? Há um lado positivo?
Simone Silva – Influenciam na linguagem, com textos mais diretos ainda e objetivos. São uma fonte muito rica de informação. Hoje sem ir a uma festa você pode saber exatamente como ela ocorreu. Não é como se estivesse lá – isso é insubstituível porque lhe permite observar minúcias, mas ajuda muito. Também na questão da coleta de material fotográfico. Avalio como muito positivo.
- AGORA RN – Ainda há muitas pessoas com uma visão um tanto preconceituosa sobre o colunismo social? Se sim, como você lida com isso?
Simone Silva – Dou risada, porque eu já tive o mesmo pensamento nos tempos de universidade. Lembro que um professor de filosofia me disse que eu dava certo para essa área e eu fiquei chateada. Hoje percebo que os que criticam adoram ser destaque na coluna. E quem mantém essa opinião demonstra certa ignorância e diz mais sobre si com a sua opinião. O jornalismo social traduz fielmente os usos e os costumes de uma época. Tem valor. Tenho uma trajetória profissional que muito me orgulha e tento na minha coluna fazer crônica social, compreendendo que sociedade são todas as pessoas, independente da classe. Se tem destaque por algum motivo, será destaque lá. Isso vale do garçom simpático ao milionário que comprou um jato, do professor universitário que ganhou um prêmio a empresária que comprou uma joia. A minha coluna só não tem espaço para tristeza, mágoa, ressentimento, vingança ou deslealdade com ninguém.
- AGORA RN – No contexto local da capital potiguar, como o jornalismo social resiste?
Simone Silva – Porque o potiguar é um povo alegre, que gosta de se informar e não resiste às notícias sobre o outro. Ele quer saber quem são ou o que são os destaques do momento. Se o colunista for de fino trato, então ele cultiva leitores fiéis e faz amigos reais, que admiram seu trabalho.
- AGORA RN – Como ter destaque e influência atualmente? Quais são as dicas que você dá?
Simone Silva – Faça o seu melhor. Só isso. Na crônica social, entregue um produto diferente, diversifique seu campo de pessoas a destacar, descubra novos colunáveis e seja um jornalista fiel, aquele que reconhece o que é fato, apura direito e embala esse conteúdo nas melhores palavras e imagens. Na vida seja o seu melhor. Todos somos influenciadores no nosso raio de convivência. Seja a melhor pessoa possível, real, fiel e verdadeiro
- AGORA RN- Na sua visão, qual é o futuro do colunismo social? Você pretende continuar?
Simone Silva – O futuro a Deus pertence. De minha parte, cabe deixar um legado de exemplo para as próximas gerações de pessoas apaixonadas por comunicação. Fui por muito tempo a única negra em destaque no nosso jornalismo e desejo que tenhamos muitas outras. O meu ofício é a escrita. Eu amo escrever e a isso dedico os meus dias. Por mais tecnologia que apareça o ser humano sempre vai precisar se comunicar e assim, sempre vai querer saber sobre quem está do seu lado, na sua cidade, neste e quem sabe, em outros mundos. Quero ainda estar escrevendo quando fechar os meus olhos a última vez.
Aniversário de Simone Silva reserva surpresas no dia 30 de junho
Quando se fala em festa e animação, ela já é sinônimo disso. E, para celebrar os 50 anos de vida e 26 dedicados ao jornalismo, Simone Silva vai comemorar em grande estilo no próximo dia 30 de junho, a partir das 22h, no Hotel Imirá, na Via Costeira.
A festa com o “padrão Simone Silva” terá muita música, animação, gente bonita, diversão e uma entrega diferenciada nos serviços além, claro, de surpresas. Para animar o evento, o line-up é formado pelo DJ Bruno Porpino, Rafa Ferraz e Banda, Thiago Novaes e uma atração surpresa mantida a sete chaves pela aniversariante.
A produção é de Rodrigo Loureiro e de Markus Guedes, que também vai conduzir o cerimonial. O buffet fica por conta de Nilson Buffet e o projeto de iluminação é da Lume. A decoração é por conta de Clodualdo Bahia. Os convites by Denise Lins já estão circulando com projeto gráfico de todo evento desenvolvido por A Pimenta.
Os convidados terão um leque de bebidas à disposição. O espumante escolhido da Adega Farret é o Santa Colina, uísque Old Parr 12 anos, e ainda um leque de drinks preparados pela Bar Service. Tem também serviço de manobrista da JF Vallet. Com um detalhe: aqueles que quiserem, após a festa, serem deixados em casa, é só pagar uma pequena taxa e o serviço será disponibilizado.
A previsão é de sete horas de festa com direito a café da manhã ao amanhecer do dia com a visão do mar na Via Costeira. Os passaportes para a festa estão disponíveis na Tota Tabacaria, que fica localizada na Avenida Afonso Pena, em Petrópolis, Zona Leste de Natal.
A profissional Simone Silva
Com atuação em todo o Rio Grande do Norte, a jornalista Simone Silva é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1993/1998), pós graduada em Comunicação Pública. Trabalhou em dois dos principais jornais impressos do estado, o Diário de Natal (1999 – 2006) e o Jornal de Hoje/JH Primeira edição (2006 -2013). É a única jornalista do Rio Grande do Norte até hoje indicada na categoria jornal ao Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo, um dos mais importantes do país (2000). Foi a única correspondente da Revista CARAS no RN (2000 – 2010).
Foi sócia proprietária de dois escritórios de assessoria de imprensa e comunicação, a Etc…Comunicação (2000 – 2004) e a Mais Comunicação (2006 a 2010). Atualmente possui a Sim Comunicação e Eventos, que oferece trabalhos em Assessoria de Imprensa, Publicações, Relações Públicas e Produção de Eventos Corporativos.
Já respondeu como secretária de Comunicação pelas Prefeituras de Macaíba e Extremoz. Também respondeu pela comunicação de órgãos do governo estadual. Por dez anos (2005 a 2015), foi a colunista oficial da maior micareta do país, o Carnatal. Já atuou como colaboradora para revistas estaduais, regionais e nacionais. Como jornalista, já esteve em países como França, Inglaterra, Grécia, Croácia, Turquia, Portugal e Espanha, produzindo material para impressos, catálogos ou programas de TV.
Atualmente possui programa semanal na Band Nordeste com o jornalista Rodrigo Loureiro. Também atua como repórter da TV Câmara Natal e apresenta programa na 91.9 FM (Tudo ao Meio Dia). Atua ainda na produção de eventos corporativos.