09/03/2023 | 01:28
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) participaram, na última terça-feira 7, de uma reunião com a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), e com o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. Para reivindicar pautas, um grupo de representantes acampou em frente à Governadoria nos últimos dois dias.
Eles cobram, entre outras pautas, a nomeação do novo superintendente do Incra no Estado, órgão que faz a reforma agrária. Antes de deixar Natal, o ministro se reuniu com representantes do movimento a portas fechadas. Através das redes sociais, o MST potiguar informou que o ministro garantiu a nomeação em breve do nome indicado pelo movimento, Lucenilson Ângelo, para assumir a superintendência do Incra.
Ao AGORA RN, Jailma Lopes, do Coletivo Nacional de Juventude do MST, disse que “o Incra estava aparelhado com o bolsonarismo, e estava funcionando muito mais para atrapalhar nossos territórios”. Cerca de 250 militantes do MST no RN montaram acampamento em frente à sede da Governadoria do Estado, em ação que fez parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra.
Jailma falou que o movimento aconteceu em todo o País. “Essa Jornada tem objetivo de negociar a pauta das mulheres, que vem sendo suprimida desde o último governo federal”, pontuou. Ela disse que o movimento apresentou outras demandas para Fátima Bezerra e Paulo Teixeira. “Uma é a retomada dos processos, que foram paralisados, de emissão de posse por falta de parecer técnico, por inércia do Incra nos últimos anos”.
Segundo Jailma, também foi pautado a cobrança por agilidade acerca da situação de acampamentos no RN. “Temos acampamentos antigos, de 18 anos, e as famílias aguardam uma decisão. Cobramos também celeridade com relação aos perímetros irrigados, que são ocupações que reivindicam essas áreas”.
“Com o Governo do Estado, nós construímos uma agenda junto às secretarias, e Fátima Bezerra nomeou o secretário adjunto da Casa Civil para fazer essa mediação com as secretarias. Nos próximos 15 dias, teremos uma nova audiência com a governadora para ver o que avançou ou não. O diálogo está fluindo”, apontou Jailma.
Mesmo com a saída do governo Bolsonaro e com a nova gestão Lula, a agenda nacional de mobilizações do MST seguirá durante todo o ano, conforme informou Jailma Lopes. “Para que a pauta das famílias sem terra seja implementada”, frisou ela.
Durante a visita a Natal, o ministro Paulo Teixeira disse que o governo Lula vai proteger a propriedade privada, mas ele faz uma ressalva. “Nós respeitamos a Constituição Federal. O que diz a Constituição? Ela protege a propriedade privada. Mas exige o cumprimento da função social da propriedade. Vamos proteger a propriedade, mas exigir o exercício da função social”.