28/04/2020 | 05:00
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quebrou nesta segunda-feira (27) um silêncio de mais de uma semana e sinalizou, sem dizer diretamente, que, apesar do crescente número de pedidos de impeachment ao presidente da República, Jair Bolsonaro, ele não deve pautar a abertura de um processo nesse momento.
“É claro que os ex-ministros (da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o da Justiça, Sérgio Moro) são homens de credibilidade e geram pressão na sociedade. Mas acho que todos esses processos (impeachment e CPIs) precisam ser pensados com muito cuidado”, disse Maia. “Devemos ter paciência e equilíbrio e não ter açodamento”, afirma.
Para Maia, uma crise política, em plena pandemia, poderia agravar ainda mais os impactos econômicos que devem ser sentidos pelo Brasil nos próximos meses. O deputado evitou se aprofundar mais no assunto.
“Quando você trata por tema como impeachment, sou juiz. Não posso comentar”, disse.
Maia saiu dos holofotes desde o último dia 19, quando Bolsonaro participou de uma manifestação pró-ditadura em Brasília. O deputado não havia concedido entrevistas desde então.
Desde sexta-feira (24), a Câmara recebeu três novos pedidos. Já são quase 30. Os três mais recentes foram protocolados pelo PDT, pela deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) e pelo Movimento Brasil Livre (MBL). Há também pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito Mista formalizado pelo PSDB.