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Política

Lula diz que não vai fazer ‘bravata’ para baixar preços dos alimentos

Presidente afirma também que decisão sobre diesel cabe à Petrobras e que vai dialogar com caminhoneiros
Redação
31/01/2025 | 05:35

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na manhã desta quinta-feira 30, que a decisão de aumentar o preço do diesel cabe à Petrobras, não a ele, e que não fará “bravatas” para conter o preço dos alimentos.

Nesta semana, ele se reuniu com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e conversou sobre a possibilidade de o preço do combustível subir, o que poderia elevar ainda mais o preço de alimentos, que já está em alta.

“Se ela tiver uma decisão de que para a Petrobras é importante fazer o reajuste, que faça e comunique à imprensa”, disse.

Na avaliação do Planalto, porém, o impacto do diesel sobre os alimentos pode ser amenizado se o dólar seguir baixando como nos últimos dias.

Lula afirmou que não tem mais idade para cometer “bravatas”, referindo-se às discussões para conter a alta dos alimentos. Ele disse que vai se reunir com empresários e produtores e descartou medidas heterodoxas —sem mencionar a ideia de taxar exportações do agro que foi defendida por ala do PT como forma de conter a inflação desses produtos.

Lula citou a alta de alguns alimentos específicos, entre eles a picanha, uma das marcas de sua campanha eleitoral, quando prometeu que todo brasileiro poderia comer picanha e tomar uma “cervejinha” no fim de semana.

“Em 2023, a picanha caiu 30%. Ela voltou a subir, por quê? É apenas a exportação? É a matriz?”, disse Lula, afirmando que buscará uma solução em conversa com produtores. O presidente também citou a alta do óleo de soja.

Na entrevista, Lula também afirmou que não prevê novas medidas fiscais neste momento, mas que pode avaliar a necessidade caso ela surja.

“Não tem outra medida fiscal. Se apresentar ao longo do ano a necessidade, podemos discutir”, disse. “Mas, se depender de mim, não tem outra medida fiscal. Vamos pensar no desenvolvimento saudável do país”, completou.

Lula defendeu que a política fiscal foque a arrecadação, não o corte de direitos das camadas mais pobres. “Não existiu rombo fiscal. Existiu no governo passado”, afirmou. “Neste governo, não haverá irresponsabilidade fiscal.”

BANCO CENTRAL. Questionado sobre a última decisão do Copom, que elevou a taxa de juros em 1 ponto, para 13,25%, Lula afirmou que não esperava um milagre do novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

O presidente da República disse que o presidente do BC não pode dar “um cavalo de pau em um mar revolto de uma hora para outra”. “Já estava praticamente demarcada a necessidade da subida de juros pelo outro presidente [Roberto Campos Neto], e Galípolo fez aquilo que ele entendeu que deveria fazer.”

“Eu tenho 100% de confiança no trabalho do presidente do BC e tenho certeza de que ele vai criar as condições de entregar ao povo brasileiro uma taxa de juros menor no tempo que política permitir que ele faça”, completou. l

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) / Foto: Jose Cruz/Agência Brasil
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu mais de 1 hora de entrevista coletiva no Planalto nesta quinta-feira / Foto: José Cruz - Agência Brasil

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