Os trabalhadores da saúde que prestam serviços pela empresa terceirizada SAFE iniciaram uma greve na última segunda-feira 13 e, na manhã desta quinta 16, realizaram um ato em frente ao hospital Walfredo Gurgel, na capital potiguar. Segundo os trabalhadores terceirizados, o auxílio transporte acabou e a empresa não paga o auxílio do mês, apenas uma parte, paga metade. “Tem trabalhador que está se virando para ir trabalhar. Pedem emprestado, vem a pé, de bicicleta. Tem que se virar, porque se não vir trabalhar, leva falta”, disse um trabalhador que preferiu não ser identificado.
O sindicato que representa a categoria indicou que muitos dos trabalhadores estão com quatro férias atrasadas, além de vale transporte e salários atrasados, trabalhando em péssimas condições, sem data certa para receber seus proventos, sendo castigados pela empresa e pela Secretaria de Saúde do RN. Por conta do problema recorrente, mensalmente esses profissionais ameaçam e já chegaram a decretar greve repetidas vezes, mas até hoje o pagamento dos atrasados desses terceirizados não foi resolvido. Ao ser questionada, a SAFE alega que o Governo do Estado não repassou os valores para a quitação dos débitos com os trabalhadores. Já a Sesap afirma que está em dia com a empresa.

Em um breve relato recebido pelo Sindsaúde/RN, um maqueiro que presta serviços pela empresa e que não quis se identificar, falou sobre o verdadeiro aprofundamento da precarização dos trabalhadores terceirizados: “Alguns de nós estamos com três e outros com quatro férias atrasadas. O que significa que têm trabalhadores que estão esses anos todos gozando as férias sem receber a remuneração equivalente ao 1/3 de férias”, afirma o trabalhador.