Por mais que as eleições municipais de 2024 estejam previstas apenas para o dia 6 de outubro, o início do ano já conta com diversas movimentações. Entre uma das datas-chave, está a janela partidária, período de 30 dias em que parlamentares podem trocar de partido sem perder o mandato. E aqueles que estão de olho nas vagas da Câmara Municipal de Natal (CMN) já começaram as movimentações. O AGORA RN procurou todos os vereadores para antecipar os planos para o ano eleitoral e chegou à estatística de que um em cada três parlamentares avalia trocar de partido neste ano.
Vale ressaltar que esta janela eleitoral é quase como a janela de transferências a que jogadores e clubes de futebol estão sujeitos. Mas a dos políticos, no caso, poderá acontecer entre os dias 7 de março e 5 de abril. Ela fica aberta nos anos eleitorais e se fecha a exatos seis meses do pleito eleitoral.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ela é válida somente em pleitos proporcionais e que estão em fim de mandato. Ou seja, a janela beneficia somente as pessoas eleitas deputada e deputado (distrital, estadual e federal) ou vereadora e vereador. Deputadas e deputados que foram eleitos em 2022, por exemplo, só poderão usufruir da regra em 2026, ano em que ocorrerá a próxima eleição geral.
Dos 29 parlamentares que ocupam cadeiras na CMN mais Robério Paulino, que está licenciado (sendo substituído por Camila Barbosa), 12 não pretendem mudar de partido, quatro já anunciaram que terão casa nova, outros 11 anunciaram que ainda não bateram o martelo mas cogitam a mudança partidária e três não deram retorno até o fechamento desta reportagem. Entre aqueles que estão com mudança confirmada, estão Kleber Fernandes, que deve sair do PSDB para ir ao Republicanos; Luciano Nascimento, que vai trocar o PTB pelo PSD; e Raniere Barbosa, que atualmente está sem partido, mas ainda analisa qual será a nova casa e Ana Paula Araújo, que muda do Solidariedade para o MDB. Ela já tinha recebido convite do vice-governador do RN e presidente do partido, Walter Alves, e vai efetivar a mudança na janela partidária.
Em relação àqueles que seguem em avaliação, mas sem martelo batido, Eriko Jácome, atual presidente da Casa, deve trocar o MDB pelo PP. Entre as maiores bancadas da Casa, o PSDB não conta com a certeza de permanência de Chagas Catarino e Aroldo Alves. Do mesmo jeito, Preto Aquino (PSD), Nivaldo Bacurau (PSB), Margarete Régia (Pros), Nina Souza (PDT) e Milklei Leite (PV) não confirmaram que mudarão, mas analisam propostas.
Entre os parlamentares do União Brasil que não garantiram permanecer no partido, estão Robson Carvalho, Felipe Alves e Camila Araújo. Em meio à apuração de diferentes reportagens, fontes confirmaram à reportagem que a vereadora Camila Araújo é cotada para ser candidata a vice-prefeita na chapa encabeçada pelo deputado federal Paulinho Freire, que também pertence ao União Brasil. O que ainda não é consenso é se a chapa seria a chamada “puro-sangue” – quando candidato e vice pertencem à mesma sigla – ou se ela precisaria mudar de partido para ser a vice de Freire.
Procurados, os vereadores Hermes Câmara (PSDB), Dickson Júnior (PDT) e Peixoto (PTB) não informaram até o fechamento desta reportagem se pretendem aproveitar a janela partidária para mudar de partido.
ESTES FICAM
Dos 11 parlamentares que não pretendem mudar de partido, os petistas Brisa Bracchi e Daniel Valença afirmaram que permanecem no partido, assim como Júlia Arruda (PCdoB), Camila Barbosa e Robério Paulino, estes do PSOL. No PSDB, são quatro afirmações de figuras que não farão alterações em meio à janela eleitoral: Aldo Clemente, Anderson Lopes, Heberth Sena e Klaus Araújo.
No União Brasil, apenas Tércio Tinoco afirmou que não mudará de partido. Eribaldo, filiado recentemente ao Rede, também deve permanecer no partido após o fechamento da janela. Bispo Francisco de Assis (Republicanos) afirma que continua no partido, mas que não pretende ser candidato. “Se depender de mim, não serei candidato”, informou à reportagem.