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Carlos Araújo “Aceitar o cargo foi um equívoco de Cipriano Vasconcelos e ele será expulso do PT”

26/11/2012 | 12:52

O presidente do PT em Natal, Carlos Araújo, afirmou que aceitar o cargo de secretário de Saúde de Natal foi o erro do médico e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Cipriano Vasconcelos. “Cipriano Maia, que é um companheiro valioso e competentíssimo na sua área, da saúde, está totalmente equivocado, não só no meu entendimento, mas no entendimento da maioria do partido”, afirmou Araújo, em entrevista à Rádio Cidade.

Araújo confirmou que Cipriano deixou claro, durante a reunião do PT no último sábado, que já havia aceitado o cargo, contrariando a resolução do PT. “Pelo que ele disse não é que ele vá recorrer da resolução, ele vai recorrer de uma possível expulsão. E ficou claro, durante a reunião, que se ele aceitar… e ele disse na reunião do diretório que já aceitou ser secretário de Carlos Eduardo. Então, ele já descumpriu a resolução e hoje qualquer filiado pode chegar lá na sede do partido e pedir que se abra um processo disciplinar e uma comissão de ética vai apurar”, afirmou Araújo.

Agora RN

O presidente do PT fez um apelo ao colega de partido, pedindo que ele não constranja o partido a pedir sua expulsão. “Eu faço até aqui um apelo público ao companheiro Cipriano, que ele não constranja o partido a ter que pedir a sua expulsão, porque o partido não o está constrangendo. Imagine que ele pode descumprir a resolução do partido e se acha constrangido se o partido pedir a sua expulsão, mas ele, indivíduo, pode descumprir as ordens do partido? Então, nós achamos que foi um equívoco dele, ele terá toda possibilidade de defesa, de recorrer de uma expulsão que terá no diretório de Natal. Será expulso sim”.

O que você acha dessa proposta do publicitário João Santana, que declarou defender a candidatura do ex-presidente Lula ao Governo de São Paulo?

É a opinião de João Santana, mas, na realidade, esse não é um debate do PT. O PT tem outros nomes em São Paulo, por exemplo, o Ministro Padilha, que é um nome fortíssimo para ser candidato a governador pelo partido no Estado de São Paulo, além de Marta Suplicy, Aloísio Mercadante.

E Lula, não disputaria? Seria um demérito para ele, que já foi presidente?

Não, sem nenhum demérito. Qual o estado que não gostaria de ter o ex-presidente Lula como governador? Eu gostaria de ter o RN governado pelo presidente Lula, mas eu acho que o papel do presidente Lula no cenário político nacional é outro. O próprio presidente não quer nem saber do assunto; eu acho que não está na agenda do PT nem na agenda do próprio presidente, mas o publicitário tem toda a liberdade de ter a opinião dele.

O que ficou decidido na reunião deste sábado (24,) do Partido dos Trabalhadores, que tratou da participação do partido no governo Carlos Eduardo e da candidatura do vereador Fernando Lucena à presidência da Câmara Municipal?

Nós reunimos o diretório municipal, 44 membros, no sábado à tarde, das 14h às 21h, para debater dois temas. Na reunião, quando estávamos iniciando o trabalho, nós recebemos uma recomendação do setorial de saúde do Partido dos Trabalhadores propondo uma rediscussão da resolução do partido, que foi tirada dia 11 de outubro, na qual o partido resolveu apoiar o prefeito Carlos Eduardo, mas também resolveu que não participaria do seu governo. Então, chegou ao partido essa proposição do setor de saúde do PT e nós colocamos em debate. Também tivemos uma posição em relação à pretensão do vereador Fernando Lucena de disputar a presidência da Câmara Municipal do Natal.

Nesse caso houve a votação? O que ficou definido é que o partido vai manter a posição de não participar da gestão Carlos Eduardo.

O debate foi bastante acalorado. O partido tinha duas posições e, como eu disse, tivemos a posição de rediscutir. E de uma forma aberta os militante se posicionaram e, com ampla maioria, o diretório – o voto foi só do diretório – resolveu manter a resolução original de não participar do Governo Carlos Eduardo. 25 integrantes do diretório votaram a favor de manter a resolução e 15 apenas votaram a favor da participação do partido no governo Carlos Eduardo.

Então fica decidido que nenhum membro do PT poderá participar da gestão Carlos Eduardo, é isso?

Exatamente. Nós temos uma resolução que diz que o partido não vai. A resolução não aplica-se à instituição apenas, aplica-se aos filiados, aos militantes do partido. Portanto, qualquer filiado ao PT de Natal que queira participar do governo Carlos Eduardo, ele pode participar, só que, para não constranger o partido a ter que pedir a sua desfiliação, ele pode ir pedir desfiliação do partido e, se quiser, depois pode voltar. Mas o que nós temos atualmente é uma resolução que deve ser cumprida por todos e não está na resolução essa previsão; a previsão está no estatuto do partido, no código de ética e é até uma questão de fidelidade partidária. Está no código de ética que qualquer filiado que descumpra a resolução será submetido a um processo interno disciplinar, com direito a defesa, com todas as garantias constitucionais, mas que, com certeza, qualquer filiado do partido pode pedir a desfiliação, a expulsão, na verdade, de outro filiado dentro do partido que venha a aceitar um cargo de secretário ou assessor no futuro governo Carlos Eduardo.

O Cipriano Vasconcelos, que é um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, que foi convidado a ser secretário de saúde de Natal, anunciou, após essa reunião, que irá descumprir a resolução e irá aceitar o cargo de secretário, inclusive afirmando que vai entrar com recurso dentro do Partido, porque diz que a resolução diz que o partido não deve participar, mas não fala que os seus filiados possam participar. O que o senhor diria sobre isso?

É uma interpretação do companheiro Cipriano Maia, que é um companheiro valioso e competentíssimo na sua área, da saúde, mas que, nesse caso específico, ele está totalmente equivocado, não só no meu entendimento, mas no entendimento da maioria do partido. Pelo que ele disse não é que ele vá recorrer da resolução, ele vai recorrer de uma possível expulsão. E ficou claro, durante a reunião, que se ele aceitar… e ele disse na reunião do diretório que já aceitou ser secretário de Carlos Eduardo. Então, ele já descumpriu a resolução e hoje qualquer filiado pode chegar lá na sede do partido e pedir que se abra um processo disciplinar e uma comissão de ética vai apurar. Não é que o indivíduo possa ir e o partido não possa; o indivíduo pode exercer a sua liberdade de ir, mas ele não pode constranger o partido. Eu faço até aqui um apelo público ao companheiro Cipriano, que ele não constranja o partido a ter que pedir a sua expulsão, porque o partido não o está constrangendo. Imagine que ele pode descumprir a resolução do partido e se acha constrangido se o partido pedir a sua expulsão, mas ele, indivíduo, pode descumprir as ordens do partido? Então, nós achamos que foi um equívoco dele, ele terá toda possibilidade de defesa, de recorrer de uma expulsão que terá no diretório de Natal. Será expulso sim.

Hoje já há elementos para ele ser expulso?

Já é expulso. Ele já disse que aceitou. Mas é claro que nós vamos dar-lhe a oportunidade para que ele possa solicitar ao partido a desfiliação.

Por que o PT vai à população de Natal e diz “vote em Carlos Eduardo”, mas se recusa a ajudar Carlos Eduardo a administrar Natal?

Primeiro, o partido decidiu apoiar Carlos Eduardo no segundo turno, porque foi dada pela população de Natal a oportunidade de todos os eleitores votarem entre Carlos Eduardo ou Hermano e nós ficamos com a população de Natal entre duas opções: eleger Carlos Eduardo ou eleger Hermano. O PT decidiu apoiar Carlos Eduardo, porque não apoiaria o Hermano Morais por estar o PMDB aliado ao DEM. O PT entendeu que era necessário não deixar que o DEM ganhasse a eleição em nossa cidade, para não fortalecer o projeto do DEM, que é um adversário histórico do PT e adversário do governo da Presidenta Dilma. Então, a razão foi essa, mas ao mesmo tempo que apoiamos o governo Carlos Eduardo, na mesma reunião, nós dissemos que não participaríamos do seu governo. Isso não quer dizer que o PT não pode ajudar a cidade, pelo contrário, o PT pode ajudar a cidade até ficando independente, como é a nossa posição e com os nossos dois vereadores na Câmara de Natal, porque nós temos uma deputada federal, um deputado estadual, além dos vereadores, que poderão ajudar a cidade.

O que ficou discutido em relação à candidatura do vereador Fernando Lucena à presidência da Câmara?

Nós já vínhamos debatendo esse assunto na executiva do partido e levamos para a instância do diretório. Tem uma comissão que já foi tirada pela executiva municipal, que está fazendo a tratativa com os outros partidos, inclusive com os vereadores eleitos, fazendo o debate em relação à presidência da Câmara. Fernando Lucena apresentou, dessa vez, a sua postulação a disputar a presidência da Câmara e nós entendemos que será muito positiva para a cidade e pra a Câmara de Natal, se nós conseguirmos eleger Fernando Lucena, que é um vereador que sempre está atento às questões da cidade. Nós teremos, no próximo período, a discussão de renovação do Plano Diretor da cidade e nós temos certeza de que o papel que o vereador Fernando Lucena vai exercer na Câmara, bem como o vereador Hugo Manso, para esse debate, será fundamental para que a gente consiga chegar a um consenso do que é possível para o avanço da cidade e, claro, preservando as questões ambientais, que nós temos que preservar para s gerações futuras da nossa cidade.

Você acredita na aliança PT e PMDB em 2014?

Nós não iniciamos debate nenhum sobre 2014, mas o que eu estranho é que o PMDB no nosso estado seja aliado do DEM, porque o PMDB é o principal aliado do governo da presidenta Dilma, tanto no executivo como na Câmara Federal e no Senado. Seria natural que o PMDB fosse aliado do PT aqui no Estado e não aliado do principal adversário. É uma coisa estranha. Eu acho que o natural seria o PMDB voltar para o seu curso normal aqui no Estado, seria estar numa aliança em que estejam os partidos que fazem parte da base aliada do governo Dilma e que são aliados nacionais. Na realidade, nós percebemos que, aqui e acolá, o PMDB está dizendo que vai lançar candidato a governador. Eu estava lendo aqui no Twitter do ministro Garibaldi ele dizendo que ia dar de presente à esposa a eleição de Waltinho a governador. Está no Twitter dele essa notícia, no Jornal do Garibaldi. Vai ser o caminho natural, ter que romper com o DEM, porque se o PMDB vai lançar candidatura ao Governo do Estado o caminho natural deles é romper com o DEM.

Com relação a 2014, quais serão as bases com as quais o partido iniciará discussão?

Não é um debate que foi iniciado ainda no PT. É um debate que será lançado no diretório estadual. É claro que o diretório de Natal participará desse debate. O PT de Natal terá o desafio nos próximos anos de se organizar melhor para 2014.

E Mineiro, pode ser candidato em 2014 a cargo majoritário?

O que eu sei é que Mineiro é candidato à reeleição de deputado estadual. Mas, como eu disse, não existe debate nenhum no PT em relação a isso, mas é natural que Mineiro pleiteie a sua reeleição a deputado estadual. Não conversei com Mineiro, nem com Fátima, nem com Hugo, nem com Lucena. Não existe ainda um debate no partido em relação a 2014. Nós faremos ainda, antes desse debate, um debate interno no partido, que são as eleições internas do PT, no próximo ano, quando elegemos o presidente do diretório zonal de Natal ao presidente Nacional do PT.

O senhor é candidato a reeleição?

Também é um debate que não está feito, mas é natural todos os presidentes do PT pleitearem a sua reeleição. Então é natural que eu pleiteie a continuar a ser presidente do PT em Natal. Nem eu mesmo fiz esse debate comigo ainda, mas nós vamos, no momento oportuno, fazer as conversas internas e, se for o caso do partido entender que nós podemos ainda contribuir para o partido em Natal, com certeza serei candidato a presidente do PT no próximo ano.

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